O estado do Rio de Janeiro recebeu pelo menos 5,8 gigawatts (GW) de pedidos de conexão de data centers após a assinatura da Medida Provisória da Política Nacional de Data Center, o Redata, apenas até a manhã desta quinta-feira (18/9), afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Prado, em entrevista ao energy talks .
A demanda é expressiva quando comparada aos estudos de expansão de mercado da EPE para data centers, que atualmente contabilizam 16 GW para todo o país.
Segundo Prado, muitos projetos não avançavam no processo de investimento porque estavam aguardando justamente o Redata.
“Tem um volume expressivo, de mais de 70%, 75%, da GPU (Unidade de Processamento Gráfico) que é imposto, então esse desenho tributário certamente pode favorecer esses investimentos a serem realidade”, disse.
A MP do Redata, assinada na quarta-feira (17/9), inclui a desoneração do imposto de importação para produtos sem similar nacional, além de PIS/Pasep, Cofins e IPI, pelo prazo de cinco anos.
Em contrapartida, será preciso cumprir critérios ambientais, como uso de energia renovável.
Prado afirmou que o país terá energia para esses data centers. Entretanto, ressaltou que aa EPE projeta que um futuro desafio da rede brasileira serão os picos de energia causados pela demanda em centros de treinamento de inteligências artificiais.
“Existe hoje uma discussão sobre o que eu chamo de flexible data centers. Uma alternativa também é despachar o data center como carga”, disse.
Confira outros destaques da entrevista com o presidente da EPE, Thiago Prado:
- Planejamento energético do Brasil nos próximos anos;
- Potência energética para data centers;
- Aumento expressivo dos pedidos de conexão à rede após a assinatura da medida provisória do Redata;
- Preparação para receber projetos de eólicas offshore no Brasil;
- Saldo do desenho do leilão de reserva de capacidade (LRCAP);
- Rateio por demanda por produto no leilão;
- Necessidade de olhar para hidrelétricas como empreendimentos estratégicos;
- Perspectiva do processo de eletrificação das frotas;
- Mudanças climáticas sob a perspectiva da oferta de energia.