O terminal de GNL que a OnCorp vai instalar no Porto de Suape, em Pernambuco, está previsto para entrar em operação em abril de 2022.
A informação foi dada pelo diretor Jurídico da companhia, João Mattos, no último painel da epbr gas week, nesta quinta (27).
O projeto é uma parceria com a Shell.
Em dezembro, a Shell venceu a concorrência da pernambucana Copergás para suprimento de gás entre 2022 e 2023.
Segundo informações da distribuidora de Pernambuco, a petroleira irá fornecer 750 mil m3 diários de gás natural a partir de abril do próximo ano e 1 milhão de m³/dia em 2023.
O executivo explicou que o terminal é uma alternativa de suprimento ao contrato com a Copergás, mas o objetivo é desenvolver o mercado na região.
“O nosso projeto trouxe uma inovação na forma de conceber terminais de GNL no Brasil. Os dois terminais instalados no país foram ancorados na demanda termelétrica. Nós fizemos o oposto, buscamos como âncora o mercado secundário”, explicou Mattos.
“Desde 2019 buscamos e avaliamos o mercado secundário no Nordeste e em Pernambuco”
A empresa já contratou as obras civis e os braços de carregamento do terminal e está em termos finais para afretamento da FRSU.
A capacidade máxima de regaseificação será de 15,2 milhões de m³ por dia e o gás será injetado em um gasoduto da TAG e posteriormente na rede da Copergás.
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Olha na demanda das distribuidoras
A OnCorp também avalia outros mercados cativos da região Nordeste – aguarda o resultado das chamadas públicas feitas pelas distribuidoras Cegás, do Ceará, e Emsergás, de Sergipe.
“O mercado secundário no Nordeste precisa de mais gás e não usa na quantidade que precisa porque não tem oferta, ou ela é cara. Com esse terminal vamos ampliar essa oferta e levar o benefício para a cadeia industrial e também para o consumidor final”, disse Mattos.
Além da oferta cativa, a OnCorp também avalia usar o terminal para atender a demanda termelétrica. A empresa desenvolveu um projeto de 300 MW em Suape que vai concorrer nos próximos leilões de energia.
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Venda de energia para os sistemas isolados
No mais recente leilão para fornecimento de energia aos sistemas isolados, a OnCorp conquistou dois lotes. No lote 2, do Amazonas, de 10 MW, a geração elétrica será feita totalmente à base de gás natural, entregue por meio de gasodutos de transporte.
O grupo também vai utilizar motores de alta rotação que consomem gás natural e biogás.
Já o lote 5, em Roraima, de 5 MW, vai usar óleo combustível.
O executivo reforçou a necessidade de interiorização da geração a gás natural, mas considera que a MP da Eletrobras, que incluiu exigência de implantar 6 GW no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, “perdeu a oportunidade de enxergar o papel de cada fonte no sistema elétrico”.
“O ambiente de diálogo não foi bem perpetrado. Mas temos de entender que o momento hoje é de plantas em final de contrato, que não são a gás, algumas podem ser convertidas, outras não, porque não há infraestrutura de gás natural”.
Para Mattos, são necessários movimentos para a abertura de leilão.
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