A separação de produtos no Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) ajudará a equilibrar a disputa entre agentes do mercado no certame, na visão do diretor-executivo da Wärtsilä Brasil, Jorge Alcaide.
Em entrevista ao estúdio eixos nesta terça-feira (24/6), durante a Energy Summit 2025, ele classificou como “bem-vinda” a sinalização de que as térmicas a gás natural e usinas a óleo com planos para conversão para biocombustíveis deixarão de concorrer entre si, diretamente.
“Você não pode colocar tudo no mesmo cesto: usinas com combustível renovável junto com gás natural. Essa disputa vai ser uma disputa desequilibrada”, disse.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse na semana passada que a pasta espera abrir ainda este mês a consulta pública sobre o novo LRCAP.
A principal mudança encaminhada pelo MME, dentro do novo formato do leilão, é a separação dos produtos. A proposta tem sido encarada como uma forma de distensionar a disputa entre as térmicas a óleo e a gás e que culminou na judicialização do certame, em março.
Alcaide, da Wärtsilä, acredita que este é o “primeiro passo” para pacificar o leilão.
Já a definição sobre como tratar os custos dos gasodutos de transporte no certame floi adiada e deve ficar para depois da consulta pública, segundo o MME.
Na visão do executivo, a palavra de ordem, nesse debate, deve ser equilíbrio.
“E aqueles players do mercado que investiram tanto durante todo o histórico de vida da companhia para chegar em uma posição de competitividade muito grande? Então, como é que é isso? Ele perde essa competitividade depois de ter investido tanto? A gente tem que entender bem, o negócio tem que ter equilíbrio”, comentou.