As agências reguladoras precisarão responder às demandas da sociedade na transição energética com senso de urgência, sob o risco de a competitividade brasileira no setor de energia ficar comprometida, afirmou nesta terça (24/9) o CEO da Origem Energia, Luiz Felipe Coutinho, em entrevista ao estúdio eixos na ROG.e, no Rio de Janeiro. (Assista na íntegra acima)
“A gente precisa que o arcabouço regulatório acompanhe o senso de urgência do mundo, de se pousar numa nova economia com novas necessidades de energia. E mais: de um mundo que vai competir entre si por energia”
“A agilidade regulatória das nações vai ser um diferencial competitivo para suas sociedades em torno de competitividade de energia. Acho que isso aqui a gente precisa debater e dar os mecanismos para que a gente não fique para trás”, disse Coutinho.
Ele também comentou sobre como o novo decreto regulamentador da Lei do Gás vai na direção correta da competitividade do gás.
“O decreto tem o espírito correto no intuito de aumentar a oferta e a competitividade do gás, ainda percebendo que talvez essa seja a única solução possível, dado que o Brasil não tem custo de capital competitivo para, por exemplo, desenvolver soluções de hidrogênio na velocidade que a Europa e os Estados Unidos estão”, comentou.
Coutinho, porém, faz ressalvas à nova regulamentação da Lei do Gás. Segundo ele, o decreto ainda é um “primeiro passo” no sentido de um gás mais competitivo, mas que ainda será preciso vencer desafios como o descasamento com o setor elétrico e a construção de uma governança integrada no mercado de gás.
O CEO também falou sobre os planos da empresa para os próximos anos, com destaque para os preparativos para início do serviço de estocagem subterrânea de gás natural em parceria com a Transportadora Associada de Gás (TAG); e os planos de participar do próximo leilão de reserva de capacidade com projetos termelétricos a gás.
“A gente tem 300 MW de geração termelétrica já licenciados, aguardando sair a portaria do leilão”, disse.
O executivo pontuou, ainda, que a complexidade do marco regulatório, a necessidade de investimentos em infraestrutura e a concorrência com outras fontes de energia são alguns dos obstáculos que precisam ser superados para que o gás natural se consolide como uma fonte de energia estratégica para o país.