Tarifa de gasodutos

Revisão tarifária das transportadoras de gás será concluída em 2025, garante Symone Araújo

Diretora da ANP diz que 2025 será “o ano do transporte de gás”, frente ao fim de contratos legados e revisão da Resolução 15/2014

MACEIÓ — A diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, reforçou o compromisso da agência com a revisão tarifária das transportadoras e com a revisão da Resolução 15/2014 (critérios de cálculo das tarifas) este ano.

Em entrevista ao estúdio eixos, durante o evento Energia 360 Alagoas 2025, promovido pela Origem Energia, Symone disse nesta quarta-feira (16/7) que 2025 será “o ano do transporte de gás”.

“Por que 2025 é o ano do transporte de gás? É sobretudo porque este ano a gente tem uma confluência de três, digamos assim, de três ações fundamentais”, disse a diretora, em referência ao vencimento dos primeiros contratos legados da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e Transportadora Associada de Gás (TAG); a primeira revisão tarifária quinquenal das duas empresas; e a revisão da Resolução 15/2014.

A ANP prevê publicar em outubro a nova resolução com os critérios de cálculo das tarifas de transporte e que toca em questões umbilicalmente ligadas às revisões tarifárias, como a definição da Receita Máxima Permitida (RMP) das transportadoras, a Base Regulatória de Ativos (BRA) e a Conta Regulatória.

A ANP decidiu dividir o escopo da revisão da Resolução 15/2014 em dois: as tarifas diferenciadas (para térmicas, estocagem e o short-haul) serão tratadas em 2026.

“Primeiro a gente resolve, digamos assim, o que é imprescindível para 2025, que é receita máxima permitida, base regulatória de ativos, conta regulatória. E todos os outros pontos ficam um ano para frente”, disse.

ANP cumpre seu dever de ofício, diz diretora

Symone rebateu críticas direcionadas à ANP, pelo fato de a revisão tarifária da TAG e NTS só estar ocorrendo onze anos após a Resolução 15/2014 ter estabelecido o modelo de revisões tarifárias quinquenais para o transporte de gás.

“Por que a ANP só agora realiza a primeira revisão que inclui TAG e NTS? Porque vencem os dois primeiros contratos, a exemplo do que aconteceu lá atrás na TBG [Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil, em 2019]”, explicou a diretora.

“E é importante que fique evidente que, especificamente neste caso, a ANP cumpriu o seu dever de ofício”, complementou.

Symone defendeu, ainda, o trabalho da agência, marcado por ritos, decisões colegiadas e análises técnicas. 

“Eu também gostaria que a nossa regulação fosse mais rápida, mas eu gostaria de muitas outras coisas, e a gente vai ali vivendo um pouco a república do possível”.

ANP não invade competência de estados, diz Symone

Symone também comentou sobre a regulamentação da ANP sobre os critérios para classificação dos gasodutos. E negou que o regulador esteja adentrando nos limites de competência dos estados, com a proposta.

A diretora alega que a intenção da agência é cumprir o comando legal, ao definir as diretrizes, procedimentos e limites de diâmetro, pressão e extensão que devem nortear a classificação dos gasodutos de transporte pela agência.

“Para que todos fiquem muito tranquilos, não há qualquer intenção, vontade da agência federal em avançar sobre a regulação estadual, muito pelo contrário”, disse.

Ela conta que a ANP está aberta ao diálogo. E defendeu que a regulamentação tem o mérito de reduzir a assimetria de informações em relação aos projetos das distribuidoras estaduais.

“Em nenhuma medida é uma invasão da regulação estadual, tampouco representa um empecilho, por exemplo, para a expansão das redes. De jeito nenhum”.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias