estúdio eixos na OTC 2025

PPSA amplia para 78,5 milhões de barris de petróleo da União leilão de junho

A PPSA vai ofertar cerca de 78,5 milhões de barris de petróleo da União no próximo leilão, previsto para o segundo semestre de 2025. A informação foi confirmada pelo diretor da estatal, Samir Awad, em entrevista ao estúdio eixos durante a OTC 2025, em Houston. O volume representa o dobro do leiloado em 2024, quando foram comercializados 37,5 milhões de barris.

O edital final será publicado na próxima semana. Serão oito lotes, envolvendo os campos de Mero, Búzios, Itapu, Sépia e Bacalhau. “Mero terá quatro lotes, Búzios um, e os demais entrarão com vendas menores, incluindo Bacalhau, que ainda não iniciou produção”, disse Awad.

A PPSA vai usar o leilão para testar a venda do óleo de Bacalhau, operado pela Equinor na Bacia de Santos e que começa a produzir nos próximos meses . A previsão é vender cerca de 4 milhões de barris em quatro cargas, com contratos menores que os demais. “É um petróleo novo para todos — Equinor, Exxon, Galp e PPSA — e queremos entender em que faixa de preço esse óleo se posiciona”, afirmou.

Atualmente, a produção sob gestão da PPSA é de 180 mil barris por dia. A expectativa é atingir 500 mil barris diários nos próximos cinco anos, ampliando progressivamente os volumes ofertados. Segundo Awad, o campo de Búzios deve atingir, a partir de 2027, o gatilho de recuperação de custos, o que aumentará significativamente a receita da União com a venda de óleo. 

Preço do petróleo preocupa

A PPSA monitora os impactos da recente queda do preço do Brent, que chegou a ficar abaixo de US$ 60 por barril. Apesar disso, Awad afirmou que os spreads obtidos nos últimos leilões foram positivos: entre US$ 1 e US$ 2 por barril abaixo da cotação de referência. “Se mantivermos esse patamar, já será um bom resultado”, disse.

Ele destacou que a combinação entre preço do petróleo e variação cambial pode amenizar os efeitos da queda na arrecadação. “Estamos atualizando o Tesouro sobre essa nova tendência, que ainda precisa de mais tempo para se confirmar como estrutural.”

A PPSA também trabalha para viabilizar um leilão de gás natural ainda em 2025. As negociações com a Petrobras e demais sócios avançaram, mas ainda não há definição de cronograma. “Estamos quebrando pedra, suando sangue para criar as condições do leilão”, afirmou Awad.

A empresa mantém a meta de realizar dois leilões: um de curto prazo, ainda este ano, e outro de longo prazo, com entregas a partir de 2027 ou 2028. “Nunca estivemos tão perto de conseguir um contrato de gás capaz de ser leiloado.”

Segundo Awad, o Ministério de Minas e Energia cobra que os dois modelos de leilão sejam estruturados para atender à expansão da indústria de gás e à entrada de novos consumidores.

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