Transição energética

Petróleo terá uso cada vez mais nobre na era da 'consciência energética', diz Márcio Félix

Presidente da Abpip acredita que o mundo caminha para um equilíbrio maior do debate sobre descarbonização no futuro

MACEIÓ — A indústria do petróleo caminha, no futuro, para usos cada vez mais nobres da commodity , como a petroquímica, e para um momento de “consciência energética”, pautado num equilíbrio maior do debate sobre descarbonização, na visão do presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Márcio Félix.

Em entrevista ao estúdio eixos, durante o evento Energia 360 Alagoas 2025, promovido pela Origem Energia, Félix disse que o consumo global do petróleo ainda é muito vinculado ao setor de transportes, mas que isso tende a mudar.

“Então, a tendência, pensando no longo prazo, é de ter usos cada vez mais nobres e onde ele [petróleo] não pode ser substituído. E acho que a gente vai chegar também no equilíbrio do conceito dessas questões todas de mudanças climáticas, descarbonização”, afirmou.

“Acredito que a gente vai entrar na era da consciência energética, de como que a gente faz o melhor para cada situação”, complementou.

Biometano como nova disrupção

Félix comentou, ainda, que vê no biometano potencial para ser a próxima disrupção da matriz energética brasileira.

Segundo ele, a molécula de biometano tem potencial teórico de ter uma produção similar à atual do gás natural do pré-sal.

“Só que ele [biometano] acontece de uma maneira bem distribuída em áreas que estão sem infraestrutura”, pondera.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), o Brasil deve emergir como um dos países produtores de biometano com crescimento mais acelerado no mundo nos próximos anos.

Até 2026, a agência estima que o país representará mais de 10% do fornecimento incremental de biometano no mercado global.

A expectativa é que o mandato do biometano, incorporado na lei do Combustível do Futuro, sancionada no ano passado, ajude a impulsionar o setor.

O Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano estabelece que, a partir de 2026, os produtores de gás natural deverão reduzir as emissões de GEE utilizando biometano. A meta pode chegar a 10%

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