Petróleo e Gás

Petrobras avalia parcerias com independentes no onshore, diz Francisco Queiroz

Atividades da estatal em terra têm mais semelhanças com junior oil do que com pré-sal, diz gerente executivo de Terra e Águas Rasas

Petrobras avalia parcerias com petroleiras independentes junior oil na exploração e produção onshore, diz Francisco Queiroz [na imagem], gerente executivo de Terras e Águas Rasas da estatal, durante entrevista ao estúdio epbr na Bahia Oil & Gas 2024, em Salvador (Foto: Agência Petrobras)
Francisco Queiroz é gerente executivo de Terras e Águas Rasas da Petrobras (Foto: Agência Petrobras)

SALVADOR – A Petrobras avalia parcerias com empresas independentes de petróleo, as junior oil, em projetos de exploração e produção em terra nas regiões Norte e Nordeste, disse Francisco Queiroz, gerente executivo de Terra e Águas Rasas da estatal em entrevista ao estúdio epbr durante a Bahia Oil & Gas, Energy, que termina nesta sexta-feira (24/5), em Salvador. Assista na íntegra acima.

“Eu estava numa mesa agora com a 3R do meu lado e a gente entende que tem convergência, tem necessidade da junior oil que estão presentes no onshore que são necessidades nossas que estão aqui na UNBA [unidade de negócios da Bahia] onshore“, disse

Segundo o executivo, as parcerias podem variar desde fornecimento de serviços até desenvolvimento conjunto de projetos.

“Tem parcerias para isso? Tem. É possível ter parcerias para você, seja de fornecimento, imaginar o que a gente pode ter nessas parcerias. Parcerias padrões, não padronizadas. Eu acho que a gente vai estar aberto a ver as dores que são iguais, os benefícios que são iguais e aquilo que é o caminho para se buscar.”

Investimento de US$ 1,7 bilhão

Após vender ativos no Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas e parte da Bahia, a Petrobras reviu a estratégia de desinvestimento no governo Lula e planeja investir US$ 1,7 bilhão nos próximos cinco anos no onshore. Especialmente em Urucu, no Amazonas, e na Bahia.

“A companhia definiu que ela permanece [nos projetos] desde que seja viável economicamente.”

Queiroz afirmou que estudos exploratórios para novas oportunidades estão em curso, com foco tanto em áreas maduras quanto em novas fronteiras. “Essa parte, com a decisão da Petrobras de permanecer nessas duas áreas, a equipe da exploração também voltou a analisar esse dado.”

“Você tem novas oportunidades não exploratórias ainda. A gente espera que os estudos exploratórios sejam retomados para essa área. Então, a gente espera ter, de fato, algo positivo na frente. Mas são projetos de E&P.”

Declínio em Urucu

No caso de Urucu, há o desafio do declínio natural e diminuição de frações líquidas. O executivo afirmou que medidas para manter e aumentar a produção estão em andamento.

“Hoje, depois de 35 anos, todo o GLP da região norte ainda é abastecido por Urucu… naturalmente a riqueza desse gás vai diminuindo. Você vai tendo um gás mais pobre”, disse.

“Urucu, na verdade, a gente está falando de cinco campos de produção. Rio Urucu, Leste Urucu, Sudeste Urucu, Cupec, Araracanga e Ararasu… Esses campos produzem há 35 anos. E produzem uma montante de gás elevado… A gente está falando algo da ordem de 6 milhões de metros cúbicos por dia. E você produz 13 milhões… E o resto do gás? O que acontece com ele? Ele é reinjetado.”

Por esse motivo, afirma, a parcela liquida que sai dos campos é cada vez menor, já que a de gás vai sendo ampliada ao longo do tempo.

Cobertura completa do estúdio epbr na Bahia Oil & Gas, Energy, em Salvador