Gás Natural

Origem espera obter esta semana aval da ANP para estocagem de gás natural

Agência vai analisar pedido de autorização nesta sexta (14/4), na revisão do plano de desenvolvimento do campo de Pilar

Diretor técnico da Origem Energia, Nathan Biddle, diz que serviço de estocagem mira demanda por flexibilidade (Foto: Gustavo Costa/epbr)
Diretor técnico da Origem Energia, Nathan Biddle, diz que serviço de estocagem mira demanda por flexibilidade (Foto: Gustavo Costa/epbr)

MACEIÓ — A Origem Energia incluiu, no novo plano de desenvolvimento do campo de Pilar, em Alagoas, o seu projeto de estocagem subterrânea de gás natural. E espera obter o aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nesta sexta-feira (14/4), para desenvolvimento do novo negócio.

A autorização para a estocagem de gás será analisada pela diretoria do órgão regulador, junto com a avaliação do PD de Pilar. A agência também votará, na mesma ocasião, a prorrogação da concessão até 2052 e a redução das alíquotas de royalties sobre a produção incremental do campo.

A Procuradoria Federal junto à ANP já deu parecer favorável à aprovação do novo plano de desenvolvimento de Pilar. Nele, a Origem se compromete a investir R$ 916 milhões na recuperação do ativo.

A empresa espera, de acordo com o planejamento apresentado à agência, uma produção adicional de 11,7 milhões de barris/dia de óleo e de 5,4 bilhões de m3 de gás natural – além do projeto piloto de estocagem de gás.

Origem aposta em demanda por flexibilidade

A estocagem é um tipo de negócio, na indústria do gás, que abre caminho para atendimento a demandas flexíveis – além de maior integração com a geração de energia, arbitragem de preços e outros modelos que podem ajudar a viabilizar novos negócios.

O diretor técnico da Origem Energia, Nathan Biddle, afirma que, para desenvolver o projeto de estocagem, a intenção da empresa é aproveitar os reservatórios depletados e a infraestrutura já existente — como a rede de compressão e as linhas de reinjeção.

E a empresa também já tem o gás de colchão — que é o volume permanentemente estocado para gerenciar o reservatório.

A Origem mira, como potenciais clientes, produtores de gás que buscam garantir a segurança no fornecimento aos seus clientes e mitigar riscos de falta de produto, em casos de oscilação em suas respectivas produções.

“[O negócio da estocagem] ainda não existe no Brasil. Temos que construir [a solução] tecnicamente e comercialmente”, disse. “Com o crescimento do mercado, vamos ter a oportunidade de entregar [gás flexível] para os consumidores privados que não conseguem aceitar contratos de grande tamanho de take-or-pay, porque às vezes operam com alta sazonalidade e precisam de flexibilidade”, completou o executivo, em entrevista exclusiva ao estúdio epbr, na Onshore Week 2023.

A Origem tem, hoje, contratos de fornecimento com as distribuidoras Bahiagás (BA) e Algás (AL). A prioridade será, sempre, vender o gás produzido, enquanto a estocagem será construída com base nas sobras de oferta.

Governo vai mapear potencial de estocagem

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vai mapear, a partir deste ano, as áreas mais promissoras para estocagem subterrânea de gás natural, com um capítulo dedicado à captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) no Brasil.

A estatal abriu uma concorrência para contratar uma consultoria externa para o trabalho – que inclui um estudo para políticas e regulação, com referências internacionais sobre estocagem subterrânea; e um inventário de áreas para a atividade no Brasil, em campos depletados; além da avaliação de alvos para CCUS.

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