MACAÉ — A Prefeitura de Macapá (AP) vem buscando uma aproximação com Macaé (RJ), para compartilhar as experiências na gestão pública do município do Norte Fluminense com o desenvolvimento da indústria de óleo e gás.
Em entrevista ao estúdio eixos, durante a Macaé Energy 2025, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), contou como o Amapá vive a expectativa em torno do início da exploração de petróleo no litoral do estado, na Bacia Foz do Amazonas; e que a capital quer se preparar para o nascimento da indústria petrolífera para “errar o mínimo possível”.
Macapá e Macaé assinaram um termo de cooperação, para troca de informações. Esta semana, Furlan visitou Macaé, comandada pelo prefeito Welberth Rezende (Cidadania), para “beber da fonte” e aprender com os erros e os acertos do município fluminense desde o início das atividades do setor de óleo e gás na região, na década de 1970.
“Na verdade, a gente tem que buscar informação e experiência de quem quem vive [a indústria de óleo e gás]. São 50 anos já de extração, toda a cadeia produtiva do petróleo formatada ao redor e o investimento dos recursos dos impostos em infraestrutura, em educação, isso tudo a gente precisa aprender”.
“Como nós vamos sair do marco zero, é para tentar errar o mínimo possível e fazer a verdadeira transformação social, que é transformar a vida das pessoas com investimento”, comentou Furlan.
As lições aprendidas de Macaé
Ele cita que, como uma capital que abriga 60% da população do estado, Macapá quer se preparar para ser uma fonte de profissionais capacitados para a indústria petrolífera local – e que isso passa pela necessidade de qualificação.
“A gente não quer só os royalties, só os impostos. A gente quer sim os royalties, os impostos, a gente quer esse investimento, mas a gente quer também que o povo tenha a oportunidade de ter os melhores cargos, de ter as melhores funções, e para isso a gente precisa prepará-los”, disse Furlan.
Também em entrevista ao estúdio eixos, na Macaé Energy 2025, o prefeito de Macaé, Welberth Rezende, pontuou que a falta de falta de qualificação profissional foi uma das carências da região, nas primeiras fases de desenvolvimento da indústria local.
Ele destacou que Macaé “aprendeu junto com a Petrobras” ao longo das décadas de desenvolvimento do setor no Norte Fluminense.
Dentre as lições aprendidas, citou, em especial, a necessidade de organização do poder público para lidar com um crescimento rápido da indústria petrolífera local – o que levou a um crescimento desordenado da cidade.
“E nessa conexão Macaé-Macapá, que a gente consiga dividir com eles o que foi assertivo, as ações exitosas do município de Macaé. E falar com eles os caminhos, apontar os caminhos que nós perdemos tempo, dinheiro, recurso, e principalmente possibilidade de melhorar a vida das pessoas com recursos que foram perdidos”, disse.
Macaé funciona, historicamente, como o grande centro de apoio logístico para as atividades petrolíferas da Bacia de Campos.
É também um dos municípios líderes em arrecadação de royalties: para 2025, a previsão é de recebimento de cerca de R$ 1,65 bilhão, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A cidade possui uma população estimada da ordem de 264 mil habitantes. Segundo o IBGE, entre todos os municípios do país, Macaé ocupa:
- a 3ª posição no ranking de salário médio mensal dos trabalhadores formais;
- a 304 posição no critério de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
- e a 514ª posição em PIB per capita.