RIO – O CEO global da Karoon Energy, Julian Fowles, afirmou que enxerga oportunidades para entrar no mercado de gás natural em longo prazo no Brasil.
“Tem muita oportunidade no Brasil que ainda não está sendo explorada. Ouvimos hoje sobre potenciais mercados de gás no país e como isso pode se desenvolver. No futuro, a Karoon gostaria de fazer parte disso”, disse durante participação no estúdio eixos na ROG.e.
Atualmente, a companhia produz apenas gás associado à produção de petróleo, que é utilizado para alimentar as unidades de processamento no FPSO e reinjetado nos reservatórios para aumentar a produção de petróleo.
A Karoon opera o campo de Baúna, na Bacia de Santos, adquirido no processo de desinvestimentos da Petrobras. A área tem uma produção média de cerca de 25 mil barris/dia de petróleo.
O CEO disse que a empresa mantém interesse em crescer no Brasil e aumentar a produção a partir do desenvolvimento de projetos nos campos de Neon e Goiá, na Bacia de Santos.
“Estamos estudando isso para tentar levar a descoberta a uma decisão de investimento. Esperamos que isso aconteça em um ou dois anos”, pontuou.
A tendência é que a companhia contrate uma nova unidade de produção para atuar no campo de Neon. Segundo Fowles, essa alternativa tem se mostrado mais viável do que conectar o reservatório à plataforma de Baúna por meio de um tie-back.
Ele ressaltou, no entanto, que o mercado brasileiro está aquecido e, com isso, a cadeia de suprimento está mais apertada.
“A tendência é de aumento nos preços, o que pode ser um desafio para campos menores”, disse.
O presidente da Karoon no Brasil, Marco Brummelhuis, lembrou também que ainda há potencial para aumento da produção em Baúna, assim como em outros ativos maduros na costa brasileira.
“Nos últimos anos, aprendemos muito, introduzimos novas tecnologias, e gostaríamos de aplicá-las a mais campos maduros”, disse.
Questionado sobre as expectativas para o programa Potencializa E&P do governo federal para estimular o setor de óleo e gás, Fowles ressaltou que é importante que o país mantenha um regime fiscal estável.
“Antes de olhar para incentivos, a estabilidade no regime fiscal é o item mais importante para qualquer investidor”, afirmou.