“Não existe net zero sem investimentos em novas tecnologias para a cadeia de suprimentos”, afirmou Luiz Capellotto, Global Account Director da Baker Hughes, na offshore week 2023, realização do estúdio epbr.
No evento desta quarta (28/6), especialistas discutiram os caminhos para a sustentabilidade na cadeia de suprimentos da indústria de óleo e gás.
De acordo com o Capellotto, a Baker Hughes está desenvolvendo um portfólio para auxiliar as operadoras na produção de campos petrolíferos com menos emissões de carbono.
“Estamos trabalhando em tecnologias que pretendem ajudar as operadoras na jornada para explorar e produzir campos com resiliência em relação às emissões”, comentou.
Segundo o diretor da companhia, o Brasil é um dos players globais na corrida pela descarbonização e possui características favoráveis em relação a outras nações, incluindo uma matriz energética composta por fontes limpas.
“A posição privilegiada que o Brasil é, inclusive, assegurada pela qualidade e características das reservas do país. Temos a possibilidade de contribuir para o cenário global e para o futuro do nosso mercado”, disse.
“A necessidade de novas fontes de energia [na produção de O&G] é indubitável”, acrescentou Capellotto.
Uma das propostas da empresa também é otimizar a eficiência das tecnologias já existentes.
Transição no setor O&G
Para o gerente de Desenvolvimento de Negócios de Descarbonização da Wärtsilä, Lucas Correa, é importante considerar o protagonismo do país na produção de óleo e gás, sem deixar de lado a agenda sustentável. “O objetivo é tornar o nosso óleo mais limpo”, afirmou.
O gerente defende que os fósseis podem desempenhar um papel na matriz energética e citou tecnologias em desenvolvimento, como a captura e armazenamento de carbono (CCS), que podem ajudar a alcançar a neutralidade de carbono.
“Não vamos extinguir o óleo da matriz, nós vamos ter diversas tecnologias que vão auxiliar a chegar ao net zero. A sustentabilidade está aí”, assegurou Correa.
Oportunidades para o mercado de bens e serviços
O presidente da Abespetro, Rodrigo Ribeiro, apontou que os pilares do setor hoje estão baseados em segurança energética, equidade energética e sustentabilidade ambiental. E ressaltou que o setor encara um “novo ciclo” diante da transição energética.
“Nossa indústria é responsável. Segurança é um valor inegociável para [a indústria de] óleo e gás”, comentou o presidente.
Ribeiro também destacou as oportunidades da indústria de óleo e gás e sua disponibilidade “abundante” de energia para o parque industrial brasileiro.
“Se quisermos reconstruir a indústria no país, precisamos contar com o potencial do óleo e gás pois é a disponibilidade abundante e barata de energia que fará com que outras indústrias, como fertilizantes e mineração, que são basilares, possam florescer e renascer para alimentar outros canais”, disse.