Combustíveis e Bioenergia

Ineficiência no transporte encarece combustíveis e alimentos no Brasil, diz Roberto Ardenghy

Presidente do IBP afirma que expansão da malha de dutos para a fronteira agrícola melhoraria eficiência e reduziria custos da gasolina, do diesel e de alimentos

Ineficiência no transporte rodoviário eleva preços dos combustíveis e alimentos no Brasil, diz presidente do IBP. Na imagem: Roberto Ardenghy, presidente do IBP, durante entrevista ao estudio epbr na Rio Pipeline 2023. Crédito: Victor Cury/epbr
Roberto Ardenghy, presidente do IBP, durante entrevista ao estúdio epbr na Rio Pipeline 2023 (Foto: Victor Cury/epbr)

A ineficiência no transporte encarece os combustíveis e os alimentos no Brasil e pode ser melhorada com a expansão da malha de dutos para a fronteira agrícola brasileira, afirmou Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), em entrevista ao estúdio epbr, durante a Rio Pipeline 2023 (veja a íntegra acima).

“Muitas vezes as pessoas ligam o preço da gasolina e do diesel na bomba exatamente à questão do preço internacional, quanto é que aumentou o barril de petróleo e, portanto, vai aumentar a gasolina e o diesel no Brasil. Mas nós temos também um lado da ineficiência, da baixa produtividade”, disse.

“Uma gasolina e um diesel que sejam transportados por duto lá na fronteira agrícola brasileira, ela vai chegar muito mais barata para o consumidor final.”

Transporte ineficiente

De acordo com Ardenghy o transporte rodoviário de combustíveis é ineficiente, mais caro e poluente.

“Você veja a irracionalidade de uma operação na qual um distribuidor de gasolina, por exemplo, de Sinop, no Mato Grosso, manda o caminhão dele para a refinaria de Paulínia, em São Paulo, que são 1.200 km. São 60 mil litros que transporta um caminhão grande de combustível, para carregar diesel ou gasolina. Então, ele anda 1.200 km para cá, 1.200 km para lá, para levar 60 mil litros. Ora, isso não é nada dentro de um duto, é uma gota no oceano.”

O presidente do IBP afirma que o mercado está se desenvolvendo nos últimos anos e cita como exemplo o alcoolduto da Logum, que liga regiões produtoras de etanol de Minas Gerais e São Paulo ao principal ponto de armazenamento de distribuição, em Paulínia (SP) e também ao Rio de Janeiro.

“90% do álcool consumido hoje no Rio de Janeiro vem por esse modal de duto”, disse.

O interesse, segundo ele, se reflete na participação das empresas na Rio Pipeline 2023. O número de participantes passou de 1.300, na última feira, para 2.200 no evento deste ano.

Acompanhe a cobertura completa da Rio Pipeline 2023 aqui pelo site epbr e pelo estúdio epbr no Youtube