MACEIÓ — O Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) defende que o petróleo brasileiro fique de fora da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos à importação de produtos do Brasil.
Em entrevista ao estúdio eixos, durante o evento Energia 360 Alagoas 2025, promovido pela Origem Energia, o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, disse que existe uma expectativa de que, caso a taxação entre em vigor, haja uma flexibilização para o petróleo, por ser uma commodity global.
“Então, o nosso pedido como IBP, a nossa mensagem, é uma mensagem de tentativa de diálogo, tentativa de composição, colocando o petróleo como esse bem estratégico também muito importante para os dois países”, afirmou.
“Qualquer disrupção nesses fluxos de comércio acaba sendo prejudicial para os dois países: para o Brasil e para os Estados Unidos”, complementou.
Óleo brasileiro pode encontrar outros mercados
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a nova taxação sobre todas as importações brasileiras a partir de 1° de agosto.
O petróleo bruto é o principal item exportado pelo Brasil aos EUA: são cerca de 200 mil barris/dia.
O IBP pede diálogo entre lideranças dos dois países, para encontrar uma solução diplomática a fim de preservar a estabilidade institucional e o fluxo comercial entre as duas economias.
Em 2024, o petróleo foi o principal produto exportado no Brasil, contribuindo com US$ 44,8 bilhões.
Ardenghy acredita que, caso a taxação seja efetivada, o petróleo hoje exportado para os EUA encontraria outro mercado com facilidadel, por seus atributos: o petróleo do pré-sal é o segundo mais descarbonizado do mundo, perdendo apenas para o da Noruega, e com baixo índice de enxofre, por exemplo.
Brasil responde com lei de reciprocidade
Em resposta à taxação de Donald Trump, o presidente Lula (PT) assinou, na segunda-feira (14/7), o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica.
O documento estabelece mecanismos para que o governo possa buscar uma resposta à eventual taxação de produtos brasileiros em segmentos específicos da economia.
O objetivo é minimizar o impacto de medidas unilaterais impostas por países ou blocos econômicos sobre o Brasil.
Entre as respostas que podem ser adotadas, estão: imposição de tarifas, taxas extras ou restrições sobre importações de bens e serviços de um país; suspensão de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual; e suspensão de concessões comerciais e de investimentos.