HOUSTON – Os diretores da 3R Petroleum, Hugo Repsold (Corporativo e de Gás e Energia) e Maurício Diniz (Operações Offshore) falam sobre a preparação da companhia para a operação dos campos marítimos, entre eles os planos para elevar a produção de Papa-Terra.
Comentam também a visão para possíveis novos negócios offshore: eólicas e hidrogênio no Nordeste, aproveitamento de infraestrutura para regaseificação de GNL em pequena escala e oferta de novas alternativas de suprimento de gás natural.
O primeiro ativo a receber investimentos para revitalização será o campo de Peroá, de gás natural no Espírito Santo.
“Está tudo pronto, contrato prontos, falta a licença ambiental. Até o final de maio, início de junho, a gente espera estar chegando essa licença final, para gente começar a ter operação offshore própria da 3R”, explica Diniz.
“Em um campo de gás, a estratégia é um pouco diferente. A gente vai produzir o Peroá e tem que estar muito bem casado com a comercialização porque, primeiro, a gente precisa ter uma resposta de curto prazo de comercialização, para faturar esse gás, e ter tempo de entrar no campo e fazer todos os estudos que a gente precisa fazer [para revitalização]”, diz Repsold.
Por ser um campo de gás natural não-associado à produção de óleo, Hugo Repsold explica que Peroá, um dos ativos comprados pela 3R Petroleum, poderá ser parte de novas estratégias de comercialização, como a oferta de suprimento com flexibilidade para atendimento a usinas termoelétricas – o que representa um potencial prêmio sobre o valor do gás.
“Não só ele [Peroá], mas as oportunidades no entorno são todas de gás não-associado. É um gás praticamente seco. A gente enxerga que o gás não associado no Brasil tem um valor muito grande, muito maior que o gás associado, porque ele proporciona uma flexibilidade muito importante para o setor elétrico”, explica Hugo Repsold.
Novos negócios
Na entrevista ao estúdio epbr, durante a OTC 2022, os executivos falaram do interesse de desenvolver parcerias com outros operadores nas áreas de operação offshore para reduzir custos com a contratação de serviços, por exemplo.
“O mais simples que a gente vê hoje são compartilhar helicópteros, a ida para a plataforma [por exemplo]. Não tem muito mistério. Cargas, PSV para levar carga para a plataforma (…) é um segundo ponto. Mais para frente, eu acho que a gente consegue compartilhar até sonda, barcos de RSV etc.”, cita Maurício Diniz. “É um interesse geral”.
Eólicas offshore e GNL
Com ativos em rasas, profundas e em terra em bacias do Nordeste, além de ativos industriais, comprados em diferentes momentos nos programas de desinvestimento da Petrobras, a 3R Petroleum acredita que, futuramente, será possível desenvolver novas soluções como a geração de energia eólica no offshore e ofertar gás natural a partir de pequenas unidades de regaseificação, o GNL de pequena escala.
“Ubarana, eu olho para aquelas unidades e penso ‘o que dá para fazer aqui?’ A gente obviamente está pensando em maximizar todos os benefícios que aquele ativo traz. Fazer eólica offshore faz sentido tanto para a geração de energia, como para a produção de energia como para produção de hidrogênio”, explica Hugo Repsold.
Ubarana fica localizado em águas rasas da Bacia do Rio Grande do Norte.
“Nós também consideramos a possibilidade de converter algumas unidades dessas em GNL de pequena escala e aumentar a oferta de gás no Nordeste, que [hoje] tem as sua restrições, que está limitado ao GNL vindo de Pecém, e trazer mais alternativas e mais flexibilidade”, explica Repsold.