Liquid Gas Week

Gás do Povo exigirá margem menor do setor de GLP, mas escala do programa compensa, diz Consigaz

Diretor administrativo da Consigaz, Riad Kadri, afirma que o saldo do programa é "bem positivo" para o mercado de GLP

RIO — O programa Gás do Povo exigirá um ajuste na margem das empresas que atuam no mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP), mas, ao fim, o aumento esperado nas vendas deve compensar, disse nesta terça-feira (23/9) o diretor administrativo da Consigaz, Riad Kadri.

Em entrevista ao estúdio eixos, durante a Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro, o executivo afirmou que o saldo do programa é “bem positivo”.

“Vai ter que ter uma flexibilidade, um esforço, mas no final, com [há] um acréscimo de venda, ele se ajusta dentro do contexto das empresas, e eu acho que acaba dando certo. Porque ele acrescenta uma venda maior, mas existe um esforço da empresa dela poder flexibilizar mais o preço e diminuir sua margem”

O governo federal lançou este mês o Gás do Povo — programa substituto do atual vale-gás — e promete garantir botijões de 13 quilos gratuitos a famílias de baixa renda em todo o país. (entenda como vai funcionar o programa)

O benefício vai contemplar 15,5 milhões de famílias, alcançando aproximadamente 50 milhões de brasileiros. A cobertura é quase três vezes superior à do atual vale-gás (o Auxílio Gás).

O botijão será fornecido diretamente em revendas credenciadas, sem pagamento no momento da retirada.

O valor de referência será calculado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Fazenda a partir de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com preços diferenciados por estado.

Programa exigirá mobilização do setor

Na avaliação de Kadri, mobilizar a cadeia revendedora será um desafio para o sucesso do programa.

“Olha, tem que mobilizar bastante a rede de revenda, tem uma burocracia para a gente atender e fazer com que eles façam a adesão. E um investimento muito forte em botijões”, comentou.

Nos municípios sem revendas cadastradas, distribuidores com participação mínima de 10% no estado devem assegurar o fornecimento do benefício. 

“Mas eu acho que a estrutura como um todo no Brasil ela já existe. São pequenos movimentos para atender alguns municípios onde ainda não existe essa revenda para atender o CadÚnico”, ressalvou.

Outros destaques da entrevista

  • O programa Gás do Povo vai movimentar o setor, que não cresce há muito tempo
  • Haverá necessidade de grandes investimentos para atender ao crescimento da demanda
  • a Consigaz mira o programa como uma oportunidade de expandir rumo a novas praças como a Bahia

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias