ARACAJU – Se o óleo e gás fazem parte da política energética do Brasil, o país deve atuar e permitir a exploração de recursos, como na Margem Equatorial. Foi o que defendeu a diretora de E&P da Petrobras, Sylvia Anjos, em sua primeira entrevista exclusiva após assumir o cargo, ao estúdio Abpip, na Sergipe Oil & Gas 2024, em Aracaju (SE). Veja a íntegra acima.
“Qual é a política energética do país? O óleo e gás fazem parte da nossa política energética? Se a resposta é sim, nós temos que atuar nesse sentido. Se a resposta for não, aí é diferente”, disse a executiva.
“A gente está perdendo dez anos de oportunidades, até para avaliar e poder deixar seguir o rumo. Então, a decisão, e a presidente Magda [Chambriard] foi muito assertiva, muito clara, é que a política energética do país tem que ser clara.”
A executiva afirmou que o país já perdeu mais de 10 anos de oportunidades na nova fronteira, e reforçou a confiança nos estudos ambientais e na capacidade técnica da empresa, destacando que a companhia perfurou 5,9 mil poços sem acidentes, incluindo mais de 600 na Margem Equatorial e 67 na Foz do Amazonas.
“Um óleo derramado aqui no sul pode chegar à costa. Mas, lá onde nós estamos furando no Amapá, onde é o nosso prospecto, as correntes não levam para a costa, não chegam na Foz. Inclusive, foi feita toda uma modelagem pela Petrobras e pelas outras empresas.E também agora, junto com o Greenpeace, a gente jogou lá as boias. E as boinhas foram todas para longe da costa. Então, não há motivo para a licença não ser dada.”
Sylvia afirmou que a Petrobras tem certeza que o óleo e gás faz parte dos planos do país para a energia, pois os combustíveis fósseis respondem por um terço das emissões nacionais de CO2 e 1% das emissões globais.
“Então, digamos assim, se você tirar o Brasil do mapa, tem 99% das emissões que estão lá. Então, só para você ter uma ideia de como é surreal, se nós dobrarmos a nossa produção, a gente vai chegar a 2%. Hoje é 1%. E hoje no Brasil, mesmo no Brasil, se você olhar tudo que nós emitimos, nós somos um terço”, disse.
Reunião do CNPE
A executiva destacou que o desmatamento é responsável pela maior parte das emissões brasileiras e que a Petrobras já colocou entre as opções de compensação oferecidas ao governo a possibilidade de contribuir para combater as queimadas.
“Podemos fazer uma grande sinergia, o Ministério Minas e Energia com a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente. Nós temos que ajudá-los a combater o maior problema, que é o desmatamento, queimadas. A gente pode fazer uma parceria nesse sentido e a gente vai reduzir a emissão do Brasil enormemente.
A diretora de E&P da Petrobras disse que espera uma decisão sobre a Margem Equatorial este ano, após a reunião do Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE). A executiva disse que a companhia vai ao encontro para apresentar o projeto, e os dados relativos à segurança e impactos ambientais.
“Vamos buscar apresentar todas essas informações. Vai apresentar o projeto. Uma reunião do CNPE. Mostrar todos os requisitos. Para dar conforto. E aí toma a decisão.”
Ainda não há data fechada para a próxima reunião.
Assista a cobertura completa do estúdio Abpip na Sergipe Oil & Gas