À espera do primeiro leilão

Empresas aguardam sinais claros do governo sobre leilão de eólicas offshore

Matheus Noronha, da Abeeólica, afirma que existe expectativa de leilão de áreas áreas de para eólicas offshore

O setor de eólicas offshore aguarda sinais claros do governo para se preparar para investimentos, analisa Matheus Noronha, da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

O head de eólicas offshore da associação concedeu entrevista ao estúdio eixos na sexta-feira (4/7), durante a EVEx Brasil 2025 – Natal Energy Experience.

As etapas para que a geração em alto mar ocorra ainda estão em análise, com estudos conduzidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e decisões a serem tomadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Ainda que a aprovação do marco legal das eólicas offshore (lei 15097/2025) tenha sido um marco importante, o mercado aguarda os próximos passos do governo.

“O timing é um fator fundamental para que a gente possa dar os sinais claros de mercado. Essas empresas precisam entender quais são as datas dessas etapas”, disse.

Noronha conta que o MME apresentou as fases do cronograma de implantação da tecnologia no país, mas sem marcos temporais, o que causa apreensão nos investidores.

“A sinalização das datas garante que as empresas consigam manter as atividades e planejar equipes. Estamos falando de eólicas offshore para depois de 2030, mas é muito importante nós compreendermos que o trabalho começa agora”, diz.

Segundo o executivo, o trabalho já começou, na verdade, há três anos e essas sinalizações são fundamentais para que as empresas possam preparar suas cadeias produtivas para o futuro da tecnologia.

Um dos passos mais aguardados pelo segmento é a realização de leilões de áreas de concessão. Por se tratarem de áreas com especificidades, os investidores devem focar em localidades com diferentes perfis.

Além da tendência de ventos, as eólicas offshore podem se tornar mais rentáveis onde há melhor infraestrutura e conexão à rede.

Por outro lado, o representante da Abeeólica também entende que o Brasil tem condições de sobressair, se levar em conta que a implantação das usinas deve considerar o plano de industrialização de cada região.

“Nós temos também uma indústria de petróleo e gás muito bem estruturada e as eólicas offshore são uma junção dessa cadeia produtiva à de eólica, [porque aproveita] fundações no mar e outros fatores que já estão muito bem estabelecidos”, explica.

Eólica offshore na COP30

Na visão de Noronha, o debate sobre transição energética deve se intensificar com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém.

A cúpula climática, marcada para novembro, pode ampliar as cobranças por descarbonização, geração limpa de energia e tecnologias que tragam mudanças no setor elétrico.

“O Brasil tem a responsabilidade de levar a transição energética para um patamar da inovação, da sustentabilidade e do comprometimento com as metas climáticas. Não pode ser mais uma COP para definir meta, tem que ser uma COP de ação, uma COP em que a sociedade participa para o engajamento dessas tecnologias, que vão muito além da eólica offshore”, defende o head da Abeeólica.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias