O diretor de biometano da Copa Energia, Luiz Pellegrini, afirmou acreditar em uma solução híbrida entre o modal rodoviário e a malha de gasodutos para disponibilizar o biometano aos consumidores.
O mandato da mistura de 1% do biocombustível ao gás natural começa a valer no ano que vem, aplicado sobre o gás produzido ou importado.
“Quando olhamos para todo o volume que a gente tem, se quisermos disponibilizar para grandes consumidores, vamos precisar da malha dutoviária. A nova classificação de dutos e a forma como eu vou fazer essa integração precisa ser bem pensada”, disse Pellegrini em entrevista ao estúdio eixos no Energy Summit nesta terça-feira (24/6).
“O que talvez vai acontecer é ter modais híbridos. Vamos transportar de caminhão até uma certa localidade e, dali, expandir por dutos, fazendo os hubs logísticos”, acrescentou.
Para o diretor da Copa, o transporte por rodovias será usado nos primeiros anos de mandato para atingir o percentual das operações com biometano, quando os volumes serão menores. O percentual máximo da mistura do biometano ao gás natural, previsto na lei do Combustível do Futuro, é de 10%.
A preocupação quanto ao uso de caminhões para transportar o biometano, segundo Pellegrini, é a limitação do quanto esses veículos conseguem transportar em volumes e distâncias.
O diretor também apontou questões pendentes sobre a regulamentação do mandato, sobretudo em relação aos aspectos de comercialização da molécula e do atributo ambiental, que poderá ser adquirido por meio dos certificados de garantia de origem do biometano (CGOB) para fins de cumprimento de obrigações de descarbonização.
“Como é que vai ser a valoração desses mercados? Como é que eu vou separar isso de fato e vou atribuir valores corretos? Eu não posso ganhar em todos os pontos da cadeia, porque senão eu crio um valor artificial para uma molécula que vai ter suas competências”, questionou.