Energia

Brasil já perdeu a primeira onda do hidrogênio e da eólica offshore, diz Mauro Andrade

Diretor da Prumo Logística diz que país precisa agilizar arcabouço regulatório e políticas de incentivo

RIO — O Brasil já perdeu a primeira onda de investimentos em hidrogênio renovável e eólica offshore, afirmou Mauro Andrade, diretor da Prumo Logística, em entrevista ao estúdio epbr durante a OTC Brasil 2023  (veja a íntegra acima).

Segundo o executivo, o país precisa agilizar a criação do arcabouço regulatório das atividades e as políticas de incentivo para esses dois novos mercados que estão apoiando a transição energética em outros países.

“A gente já perdeu a primeira onda de investimentos, tanto do hidrogênio renovável quanto do offshore wind. Para citar dois exemplos dentro desse processo de transição energética”, disse o executivo. 

“O Brasil precisa fazer, primeiro, onde não tem framework regulatório, fazer o framework regulatório. Política de incentivo para produto a partir do hidrogênio verde, que não existe hoje, que você não arrecada nada. Então, se fizer uma política de incentivo para coisas que sejam novas, você não está perdendo arrecadação. Então dá para a gente pensar nisso. Existe espaço para isso. Muito diferente de dizer ‘vamos desonerar uma coisa que já existe.”

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Para Andrade, os incentivos necessários para dar a partida nesses mercados não necessariamente teriam impacto significativo nas contas públicas.

“Vamos focar no que a gente pode fazer bem, produto verde, que tem demanda no mercado internacional, que paga prêmio. Se eu conseguir fazer isso, eu posso incentivá-lo. Não preciso taxá-lo. Hoje a arrecadação em cima disso é zero”, diz. 

“Existem alguns mecanismos que estão a nosso alcance, que não são necessariamente grandes renúncias fiscais ou grandes programas de financiamento. Até porque o custo do dinheiro no Brasil é caro. Se olhar o IRA (Lei de Redução da Inflação) e o Europe Wind Package, são várias ações, mas sempre entre as principais tá financiamento, a juros muito baixos.”

Mauro Andrade afirma que, se não houve incentivo para a cadeia de fornecedores de hidrogênio e eólica offshore, assim como houve na eólica onshore, o país corre o risco de perder esse espaço para os Estados Unidos, que tem o programa IRA.

“É muito difícil competir com o IRA. Na verdade, isso já está acontecendo em alguma medida. Por isso que eu falo que a gente já perdeu o primeiro bonde da história. E a gente precisa tomar cuidado para não perder o segundo.

Confira a cobertura da epbr na OTC Brasil 2023