A barreira legal aos novos usos do gás liquefeito de petróleo (GLP) é “absolutamente anacrônica”, disse a diretora de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Comunicação da Copa Energia, Lavínia Holanda.
Em entrevista ao estúdio eixos, durante a Liquid Gas Week, no Rio de Janeiro, a executiva destacou o potencial de substituição de diesel por GLP em motores.
“Tem todo um potencial de geradores a GLP de reserva, de uso no agronegócio, de determinados processos industriais que precisam de controle de chama. Tudo isso já é usado no mundo inteiro. Essa lei foi criada num contexto de escassez de GLP”, afirmou.
Permitir a ampliação do uso do GLP é um pleito antigo das distribuidoras. Representadas pelo Sindigás, elas alegam que as restrições foram impostas em 1991, por temores com a escassez do produto, em meio à Guerra do Golfo, mas que o cenário mudou.
A lei 8.176/1991 tipifica o uso desautorizado de GLP em motores, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, como crime contra a ordem econômica. Em 2016, uma resolução da ANP flexibilizou o uso do combustível em empilhadeiras e equipamentos industriais de limpeza.
Lavínia Holanda enfatiza que não há escassez de molécula de GLP no mundo e que, à medida que as possibilidades de uso aumentam, mais empresas são atraídas para o segmento de GNL a granel.
Outros destaques da entrevista
- Gás do Povo alia sustentabilidade e combate à pobreza energética;
- Projeto do Observatório Brasileiro de Erradicação de Pobreza Energética (Obep);
- Papel do GLP na transição energética brasileira;
- Diplomacia energética brasileira: G20, Brics e COP30;
- Biometano e GNL no portfólio da Copa Energia;
- Perspectivas de aumento da demanda de GLP com o Gás do Povo;
- Riscos regulatórios das alterações propostas pela ANP