Exploração e produção

Arcabouço regulatório precisa acompanhar amadurecimento das bacias, diz diretor-geral da TotalEnergies

Charles Fernandes, diretor-geral da Total Energies no Brasil, diz que regulação deve buscar estender vida útil dos campos e manter a produção por mais tempo

O diretor-geral da TotalEnergies no Brasil, Charles Fernandes, defendeu que o arcabouço regulatório para o setor de petróleo e gás precisa acompanhar o amadurecimento das bacias, de modo a estender a vida útil dos campos e manter a produção por mais tempo. Segundo o executivo, o pré-sal hoje já é uma região madura.

“Dentro desse contexto, é importante que as autoridades coloquem em questão que tipo de ambiente regulatório é necessário para que o investimento venha”, disse em entrevista ao estúdio eixos nesta quinta (26/9)

Fernandes lembrou que hoje cerca de 80% da produção brasileira de petróleo e gás vem da região do pré-sal, mas que o número de descobertas tem caído.

“De 2010 a 2015, nós tivemos 275 poços perfurados no pré-sal, com 179 poços sendo declaradas descobertas. De 2016 a 2023, caiu para 43 poços, com 25 declarações de descobertas. Isso mostra que existe um esgotamento da bacia. Dentro desse contexto, é importante que as autoridades coloquem em questão que tipo de ambiente regulatório é necessário para que o investimento venha”, pontuou.

Na visão do executivo, é importante manter a continuidade da produção pois são esses recursos que vão financiar a transição energética.

Para Fernandes, o processo de transição energética vai precisar considerar também a segurança do abastecimento e os custos acessíveis.

Ele lembrou que a empresa tem expandido o portfólio no Brasil para além dos investimentos em petróleo e gás natural, com projetos em energias renováveis.

A TotalEnergies tem uma parceria com a Casa dos Ventos para ampliar a atuação em energia eólica.

“Temos 1,8 gigawatts (GW) em operação, 4 GW em construção e desenvolvimento e temos a ambição de chegar a 12 GW no Brasil até o fim da década”, disse.

A respeito da entrada na geração eólica offshore, Fernandes disse que é necessário prudência: “O Brasil tem uma qualidade de vento onshore [terrestre] que é mais competitiva, às vezes, do que o vento offshore”, disse.