Mercado de gás

Abertura do mercado de gás do Nordeste é irreversível, diz diretor da PetroReconcavo

Entrada de novas empresas, preços mais baratos e legislação tornaram mudança sem volta, diz João Vitor Moreira, diretor de diretor de Comercialização e Novos Negócios

O CCO da PetroReconcavo, Joao Vitor Moreira, na Bahia Oil & Gas, Energy. Foto: Cortesia
O CCO da PetroReconcavo, Joao Vitor Moreira, na Bahia Oil & Gas, Energy. Foto: Cortesia

SALVADOR – A abertura do mercado de gás natural no Brasil, especialmente no Nordeste, é irreversível, afirmou João Vitor Moreira, diretor de Comercialização e Novos Negócios da PetroReconcavo. Segundo ele, a iniciativa da Petrobras de permitir o acesso às infraestruturas essenciais foi crucial para a promoção da competitividade e diversificação de fornecedores na região.

Moreira destacou que a regulamentação estadual eficaz e a pluralidade de empresas no mercado foram fatores determinantes para essa abertura.

“O Nordeste soube aproveitar a iniciativa da própria Petrobras quando abriu acesso às infraestruturas essenciais,” afirmou o executivo em entrevista ao estúdio epbr durante a Bahia Oil & Gas, Energy, que termina nesta sexta-feira (24/5), em Salvador. Assista na íntegra acima.

O executivo afirmou que a maior oferta de gás natural no mercado traz benefícios diretos para os consumidores, permitindo acesso a preços mais competitivos. Isso também incentiva o consumo industrial e comercial.

“Acho que o movimento que está acontecendo vai gerar mais demanda, os produtores estão do lado de incrementar a sua oferta e o gás natural vai continuar sendo muito competitivo nas duas pontas,” acrescentou.

Também ressaltou que a abertura do mercado estimula o desenvolvimento de infraestrutura, como plantas de processamento e redes de distribuição. Cita, por exemplo, projetos como a Unidade de Tratamento de Gás (UTG) de São Roque e outras iniciativas.

“A realidade atual do custo da infraestrutura estimula o investimento como o que nós estamos fazendo,” afirmou.

UTG São Roque pronta para operação

A planta de processamento de gás natural UTG São Roque está pronta e aguarda a autorização final de operação, disse Moreira. A unidade possui conexão direta com a distribuidora Bahiagás, sem necessidade de interconexão com sistemas de transporte.

Ele destacou que a planta de São Roque é um modelo apropriado para campos maduros e que a interconexão com a Bahiagás abre espaço para fornecimento adicional, compatível com a demanda da Bahia.

“A Bahia foi muito feliz na época da regulamentação da sua legislação estadual,” afirmou Moreira. A empresa entende que existem potenciais consumidores muito bons e que a proximidade com a malha de distribuição da Bahiagás elimina a necessidade de interconexão com o transporte, permitindo vendas diretas aos consumidores livres.

Fusões e aquisições

Moreira afirmou que a fusão entre Enauta e 3R não diminui o interesse da PetroReconcavo em parcerias, mas sim potencializa novas oportunidades. Segundo ele, a empresa avalia continuamente a construção de novas plantas e a otimização das infraestruturas existentes para garantir a continuidade do desenvolvimento e expansão da produção de gás natural.

“A nossa estratégia é ter opcionalidade. Avaliar uma construção de uma planta nos mostra quanto custa para eu construir uma planta nova e me interligar na malha de transporte,” disse.

O executivo afirmou que a empresa está focada em entregar os objetivos de produção até 2026-2027, avaliando continuamente oportunidades de fusões e aquisições para expandir suas operações e gerar valor em outros ativos.

“A nossa principal missão é entregar o nosso dever de casa. A gente está numa realidade de produção muito boa, de uma lucratividade boa que nos justifica continuar investindo na produção,” concluiu.

Cobertura completa do estúdio epbr na Bahia Oil & Gas, Energy, em Salvador