O diretor executivo de Comercialização e Novos Negócios da PetroReconcavo, João Vitor Moreira, definiu como bastante ambiciosos os objetivos da companhia para projetos de petróleo e gás natural.
A entrada no midstream é uma das estratégias e aposta para o crescimento nesse mercado. As declarações foram dadas em entrevista ao estúdio Abpip, durante participação na Sergipe Oil & Gas 2024, no último dia 26/07.
Recentemente, a PetroReconcavo compartilhou a primeira planta de gás na Bahia e vem diversificando, com a comercialização do gás natural liquefeito (GNL), objeto de um primeiro contrato neste modal com a GNLink, no Rio Grande do Norte.
A realidade nos permitiu deixar de vender gás para a Petrobras, contratar serviços de processamento e acessar distribuidoras. Só que isso não é barato. A verdade é que a gente ainda vê uma ineficiência e, assim como produtores de campos maduros, o nosso trabalho é viabilizar operações mais enxutas, mais competitivas, para que esses campos possam operar por mais tempo, afirmou.
No processamento de gás, a PetroReconcavo se prepara para iniciar até o fim do ano as operações de sua nova Unidade de Tratamento de Gás (UTG) de São Roque, na Bahia.
Segundo o diretor, a empresa está migrando de uma contratação de terceiros para um processamento próprio, ao custo de “uma fração do que custam hoje as tarifas”.
Apesar de não ser viável para todos os projetos, em território baiano, é possível acessar um ponto de distribuição, permitindo economia no processamento e transporte.
Nós vamos entregar gás diretamente na malha da Bahiagás, o que faz com que a gente não tenha o pedágio do transporte, disse.
Agenda setorial estagnou
Questionado sobre as políticas públicas para o setor de petróleo e gás nos últimos anos, Moreira lista avanços.
A gente não pode dizer que teve retrocessos, os avanços obtidos foram muito bem consolidados. O Reate [Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres] ajudou na pressão, por exemplo, da Lei do Gás, importante para os acessos que nós tivemos.
Outro ponto que precisa de atenção, segundo o diretor, é a classificação dos campos enquadrados como marginais. Segundo ele, por estarem próximos do fim do ciclo produtivo e menor apelo econômico, são necessários incentivos.
O executivo é vice-presidente da Abpip, que representa interesses de operadores independentes, com atuação em mar e em terra.
Esse processo foi até metade do caminho e está carecendo de continuar. Os operadores independentes precisam disso, seja no ambiente onshore ou no offshore, onde tem uma discussão sobre tieback. Também há uma discussão sobre fraturamento não convencional que começou e não continuou, pontua.