3R Petroleum tem interesse em ativos além do desinvestimento da Petrobras

Ricardo Savini CEO da 3R Petroleum
Ricardo Savini CEO da 3R Petroleum

O presidente da 3R Petroleum, Ricardo Savini, acredita que a oferta de campos de petróleo e gás natural além dos planos de desinvestimento da Petrobras é uma tendência do mercado brasileiro.

E a companhia independente, que busca oportunidades em terra e no mar, tem interesse em negócios com outras operadoras.

“Já está em gestação um mercado secundário de M&A [fusões e aquisições]. O desinvestimento da Petrobras, em escala, é o que governa (…) Mas sim, a gente tem interesse em conversar e analisar outras possibilidades, de outras empresas também”, afirma.

A 3R Petroleum tem seu portfólio formado por ativos maduros colocados à venda pela Petrobras. Foi criada com foco na revitalização de campos em terra e, após a capitalização na bolsa brasileira, formou uma parceria para atuar também no offshore.

Savini participou nesta terça (25) da gas week 2021, evento da agência epbr que reúne executivos e executivas do setor de gás. Veja a programação completa.

“Criamos a 3R para aguardar os desinvestimentos da Petrobras, e vivemos hoje um momento mágico, no qual a maior empresa de óleo e gás do país decidiu se desfazer de ativos que não fazem sentido estratégico e econômico para ela”, diz.

“Mas esse é só um primeiro momento. A partir disso outras empresas são criadas, se fortalecem, cria-se um novo mercado. Daqui a 20 anos, vamos entender a importância deste momento”.

Papel das empresas independentes

O executivo reforçou o papel que as companhias de menor porte tem para o desenvolvimento regional.

Assim, em vez de apontar uma possível redução de investimentos com a saída da Petrobras de áreas maduras e campos marginais, Savini vislumbra uma ampliação dos valores investidos, com maior geração de emprego e renda.

“Esse é o nosso modelo. Já estamos fazendo no Polo Macau, no Rio Grande do Norte [formado por sete campos], onde colocamos em produção dezenas de poços que estavam fechados. Sucedemos a Petrobras na região para investir, dinamizar a economia local e reativar poços.”

Nos próximos dias, a 3R Petroleum esperar iniciar a operação do Polo Rio Ventura, na Bacia do Recôncavo, na Bahia. Formado por oito campos, foram adquiridos da Petrobras em 2020.

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Controle de riscos destrava investimentos

A aposta na consolidação desse mercado secundário de M&A no Brasil tem justificativa pela mudança do perfil dos investimentos no onshore do país, apontou Savini.

Atualmente, a aposta das novas companhias se dá em ativos de produção, nos quais o risco é menor. Com isso, fundos de private equity e bancos se sentem mais estimulados a investir.

“Há alguns anos, as empresas que atuavam no onshore focaram investimentos no processo exploratório, que tem mais riscos. E o mercado financeiro não estava acostumado com esse risco exploratório. Hoje a 3R e outras empresas estão focadas em ativos de produção, projetos de menor risco. Isso aumentou a possibilidade de atrair mais investidores.”

O executivo deu como exemplo o IPO da 3R Petroleum na B3, realizado em novembro de 2020, que movimentou R$ 690 milhões. Quatro meses depois, a petroleira emplacou um follow on, “o follow on mais rápido da B3”, frisou o presidente da 3R Petroleum.

Veja a transmissão completa do painel Investimentos em projeto de gás natural onshore da gas week 2021.

Savini participou ao lado de Renata Isfer, sócia da Petres Energia, e Camila Schoti, gerente geral de Comercialização da Eneva. A moderação foi feita por Fernanda Delgado, da FGV Energia.

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Edição por Gustavo Gaudarde ([email protected])