SÃO PAULO — A Vibra Energia considera que o efeito de maiores importações de diesel russo barato por outros agentes do mercado brasileiro é restrito a algumas regiões do país, e ainda não tomou decisão de buscar o combustível na Rússia, disse o CEO da companhia Ernesto Pousada.
“Por ora, tomamos decisão de não seguir com importação de diesel russo. Entendemos que sim, seria possível, mas por uma decisão nossa preferimos aguardar o desenvolver nas próximas semanas e meses”, disse o executivo.
O diesel russo mais barato entrou em grandes volumes no mercado brasileiro desde o início do ano, a valores inferiores aos da Petrobras, principal supridora do mercado nacional.
Durante teleconferência de resultados trimestrais, Pousada indicou que essa decisão também aguarda uma definição da nova política de preços da Petrobras, considerando que mudanças são esperadas após indicações da companhia desde a semana passada.
Por outro lado, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, têm dito que a empresa não vai perder mercado e tomará decisões neste sentido.
A Petrobras está discutindo internamente a mudança na política de preços do diesel e da gasolina, confirmou a empresa em comunicado enviado domingo (14/5). “Poderá resultar em uma nova estratégia comercial para definição de preços”, diz.
– A análise ocorre no início desta semana e “eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.
A Vibra Energia teve lucro líquido de 81 milhões no primeiro trimestre, queda de 75,1% ante o mesmo período do ano passado, com o resultado sofrendo influência da redução dos preços de derivados de petróleo, informou a empresa nesta sexta-feira.
‘Baixíssima probabilidade’ de Petrobras retomar marca BR
Questionado sobre notícias que indicam que a Petrobras quer retomar a marca BR, o CEO da Vibra disse ver “baixíssima probabilidade” de isso acontecer.
“Estamos seguros do ponto de vista jurídico, não há possibilidade de isso ser revisto neste momento”, afirmou.
Ele destacou que a Vibra busca reduzir volatilidades de suas margens, com vistas a melhorá-las.
Ele acrescentou que, depois de um janeiro desafiador, as margens da Vibra estão mais “saudáveis” desde fevereiro.
(Por Roberto Samora)