Energia

Vestas assina acordo com Rio Grande do Norte para eólicas offshore e hidrogênio verde 

Estado possui cinco projetos de parques eólicos offshore, que somam mais de 9 GW

Vestas assina acordo com Rio Grande do Norte para eólicas offshore e hidrogênio verde 
Segundo a governadora Fátima Bezerra (PT), o “RN tem condições de ser o maior produtor de hidrogênio verde pelo menor custo do mundo” (foto: PT/Divulgação)

RIO — A gigante dinamarquesa de turbinas eólicas, Vestas, assinou nessa quarta (30/3), um memorando entendimento com o governo do Rio Grande do Norte (RN) para estudar a viabilidade de implantação de um porto-indústria que inclua projetos de eólicas offshore e produção de hidrogênio verde.

O acordo é resultado de uma visita que a governadora Fátima Bezerra (PT) fez à Dinamarca , em novembro do ano passado, onde se reuniu com representantes da Vestas e da Copenhagen Offshore Partners (COP), braço de investimento do fundo de pensão dinamarquês PensionDanmark.

A COP, inclusive, já possui um projeto offshore em licenciamento na costa do Rio Grande do Norte com capacidade em torno de 2 GW, e um memorando com o estado.

“Nossa missão é trazer subsídio técnico e contribuir para um salto tão expressivo do desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Para a Vestas, é uma satisfação participar desse processo”, afirmou o vice-presidente da Vestas para Assuntos Institucionais e Governamentais na América Latina, Leonardo Euler.

Potencial de 140 GW

A Vestas já participou da instalação de diversos parques eólicos onshore no estado. O Rio Grande do Norte é hoje o líder nacional com 6,6 gigawatts de capacidade instalada em terra. Segundo a governadora Fátima Bezerra, o potencial offshore é de mais 140 GW.

“Estamos avançando para que o nosso estado esteja bem posicionado quando for realizado o primeiro leilão para geração de energia offshore”, disse a governadora.

O Rio Grande do Norte conta com quatro projetos de eólicas offshore, além da Copenhagen Offshore Partners.

O da Shell é o maior deles, com capacidade total de 3 GW (Galinhos). Ventos Potiguar, da Internacional Energias, vem em segundo com 2,4 GW, seguido da Ventos do Atlântico com cerca de 2 GW.

O governo também possui um memorando de entendimento com a Enterprize Energy  — empresa de energia com sede em Singapura  — para desenvolver projetos de eólicas offshore e produção de hidrogênio verde (H2V) e amônia verde na costa do estado.

De acordo com o presidente da Enterprize, Ian Hatton, a expectativa de produção inicial é de 2 GW de energia de H2V.

Programa estadual de hidrogênio verde e mapa eólico e solar

Na última segunda (28/03) o estado lançou o Programa Norte-rio-grandense de Hidrogênio Verde. Segundo Fátima Bezerra, o “RN tem condições de ser o maior produtor de hidrogênio verde pelo menor custo do mundo”.

No mesmo evento, o governo lançou o Atlas Eólico e Solar do RN, com o mapeamento do potencial das renováveis no estado, e uma “Carta Aberta das Energias Renováveis para o Brasil”.

O deputado Danilo Forte (PSB/CE), presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis da Câmara Federal, considerou o momento como “histórico e diferenciado para o RN e para a região Nordeste que enfrenta o desequilíbrio econômico”.

Danilo Forte é autor de um projeto de lei na Câmara dos Deputados que cria regras para contratação de áreas offshore para geração de energia, o PL 3655/21.

“Esta carta que estamos lançando aqui demonstra ao Brasil nossa preocupação com a busca de unidade pela segurança energética diante do alto potencial que dispomos; por energia barata, menos onerosa, que venha a proporcionar produtos e serviços mais baratos, reduzindo o custo de vida e aumentando o PIB, as exportações”, defendeu.

“Fazendo crescer o mercado interno, os empregos, a massa salarial e a renda informal, trazendo reflexos positivos sobre o funcionamento da economia e, por consequência, na arrecadação”, completou o deputado.