A venda de 100% de Baúna, da Petrobras para a Karoon, poderá ser concluída tão logo sejam atendidas exigências para a transferência da operação do campo de petróleo em águas rasas, no pós-sal da Bacia de Santos.
A Karoon informou a seus acionistas, no início do mês, que a expectativa é concluir a transação ainda neste mês de outubro.
Segundo decisão da diretoria Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nesta quinta (22), a Karoon deve apresentar as novas garantias financeiras para desativação e abandono do campo, exigência que todo operador deve cumprir para assegurar os recursos necessários para o descomissionamento no fim da vida útil dos ativos.
Atualmente, a garantia é feita pela Petrobras por meio da sua própria produção (contratos de penhor de óleo). A Karoon, contudo, não produz no Brasil e fará sua estreia na operação de um campo quando assumir, em definitivo, Baúna.
Além disso, a ANP exige uma série de comprovações de transferência de informações operacionais, de segurança e integridade ambiental.
“Um progresso significativo foi feito no sentido de obter a aprovação da ANP”, informou a Karoon em 5 de outubro, ao informar que está tomando as providências para atender o que foi pedido pela agência.
[sc name=”adrotate” ]
Pandemia provocou ajuste na venda de Baúna
A Karoon comprou o campo por US$ 665 milhões, em 2019, equivalente a R$ 2,5 bilhões na cotação da data de anúncio do negócio e cerca de R$ 3,8 bilhões na câmbio atual. Em decorrência da pandemia de covid-19, a Petrobras concordou em parcelar o pagamento e prevê a entrada de US$ 150 milhões em caixa, ainda este ano, assim que a venda por concluída.
Outros US$ 180 milhões serão pagos em 18 meses e permanece uma parcela contingente de US$ 285 milhões a ser quitada até 2026. Ano passado, a Karoon já pagou US$ 50 milhões, quando a venda foi acertada.
Em junho, a Petrobras informou que o novo acordo foi fechado “em virtude do impacto causado pela pandemia da COVID-19 e a consequente dificuldade de atendimento às condições precedentes inicialmente definidas, em comum acordo com a Karoon”.
“Conforme anunciado anteriormente, a data efetiva da transação permanece 1º de janeiro de 2019, de modo que os custos operacionais e receitas provenientes de Baúna serão capturado no ajuste do preço de compra”, completou a Karoon no comunicado do início deste mês.
[sc name=”adrotate” ]
O campo de Baúna, no litoral de São Paulo, iniciou suas operações em fevereiro de 2013 e produz cerca de 16 mil barris de óleo por dia, por meio do FPSO Cidade de Itajaí.
A Karoon, empresa de origem australiana, também opera blocos de exploração no Sul da Bacia de Santos. Fez descobertas de petróleo leve, em águas rasas e no pré-sal e pretende instalar um FPSO na região.
“Essa operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em águas profundas e ultraprofundas, onde a Petrobras tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos”, comentou a Petrobras, em junho.
[sc name=”newsletter” ]