Energia

Urca Energia investe R$ 45 milhões na produção de CO2 verde a partir de biometano

CO2 verde pode ser usado na indústria de alimentos e bebidas, na gaseificação de líquidos e congelamento de alimentos

Urca Energia investe R$ 45 milhões na produção de CO2 verde a partir de biometano
Planta vai gerar cerca de 100 t de gás carbônico verde por dia, cerca de 10% do consumo diário do Brasil, de 1.100 t (foto: Urca Energia/Divulgação)

O Grupo Urca Energia anunciou nesta segunda (7/2) a construção de uma usina de produção de gás carbônico (CO2) verde a partir de biometano proveniente de resíduos orgânicos de um aterro sanitário em Seropédica, no Rio de Janeiro.

O investimento esperado para construção e aquisição dos equipamentos da nova planta de gás carbônico verde é de R$ 45 milhões e faz parte da alocação de R$ 1,2 bilhão na Gás Verde —  empresa recém-adquirida pela Urca Energia. 

A expectativa é que a usina comece a operar em 18 meses. A planta vai gerar cerca de 100 toneladas de gás carbônico verde por dia, o que representa aproximadamente 10% do consumo diário do Brasil, que é de 1.100 toneladas.

Por ser de fonte renovável, o CO2 verde é um substituto sustentável do gás carbônico tradicional — um dos causadores do efeito estufa.

Ele pode ser usado na indústria de alimentos e bebidas, nos processos de gaseificação de líquidos e congelamento de alimentos; na metalurgia, no tratamento térmico de soldas, e no setor de saneamento para o tratamento de efluentes.

“Estamos buscando investimentos que façam sentido, não só sob o ponto de vista do negócio, mas que tenham efeito positivo no meio ambiente. É isso que ocorre ao tratarmos o gás carbônico para que seja aproveitado por diversas indústrias”, comenta Marcel Jorand diretor-executivo do grupo.

Expansão renovável no Rio de Janeiro

A planta será a primeira deste tipo no Brasil e integrará o portfólio da companhia que já conta com uma usina de biometano, em Seropédica, e duas plantas de geração de energia elétrica a partir de biogás em Nova Iguaçu e São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

As usinas a biogás serão convertidas para biometano até 2023.

“Os investimentos (…) somam-se a um número significativo de projetos de energia solar, eólica e de hidrogênio verde que tornarão o Rio uma referência nacional em fontes renováveis”, diz Vinicius Farah, secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais do estado.

Em janeiro, a Gás Verde firmou contrato com a Ambev para o fornecimento de biometano à planta industrial de cervejas em Cachoeiras de Macacu (RJ).

O  biometano é transportado do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Seropédica até a cervejaria, e injetado em queimadores de alta eficiência na caldeira, gerando o vapor utilizado nos processos industriais.

A Gás Verde fornecerá 5,5 milhões de metros cúbicos de biometano por ano, volume que representa entre 10 e 15% da produção da usina em Seropédica.

Além de usar uma fonte de energia calorífica mais sustentável, o biometano também reduz as emissões de CO2, em linha com a ambição da Ambev de ser carbono neutra até 2040.