UE cobra maior controle empresarial de impactos à biodiversidade

UE cobra maior controle empresarial de impactos à biodiversidade

O comissário para meio ambiente e oceanos da União Europeia, Virginijus Sinkevicius, afirmou que empresas precisam começar a considerar os impactos de biodiversidade e contabilizar o capital natural nos seus processos de tomada de decisão para atuar na luta contra as mudanças climáticas.

Em discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, ele afirmou que, especialmente a necessidade de medir a pegada ecológica de cada produto ou serviço produzido, representa uma transformação necessária hoje no ambiente empresarial.

“Nós precisamos de mais alinhamento e do desenho de princípios gerais para podermos contabilizar o capital natural e a biodiversidade” também na cadeia de produção, afirmou Sinkevicius acerca do que classifica como parte do papel do setor privado na luta contra as  mudanças climáticas.

Sinkevicius criticou que informações sobre o valor do capital natural nos negócios das companhias ainda não sejam adequadamente compartilhados com investidores e consumidores, ainda que hoje já se tenha a percepção de que o capital natural é a pedra fundamental não apenas de nossa economia, como de nossa sociedade. Para ele, as empresas e o setor de negócios de forma geral, precisam ser responsabilizadas para poderem ser também parte da solução.

O comissário europeu ainda ressaltou que a guinada na postura do setor empresarial também é uma demanda crescente no mercado de capitais, com a valorização de investimentos considerados verdes.

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“Hoje estudos econômicos mostram que investimentos verdes já estão gerando lucro no curto e no longo prazo, além de serem poderosos agentes para a criação de empregos”, disse, frisando que “por essas razões o plano de recuperação econômica da União Europeia está investindo na recuperação verde”.

O bloco europeu está destinando o equivalente a 37% dos € 750 bilhões previstos no plano de socorro econômico, o Next Generation EU, lançado em 2020 para responder à crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, à aplicação nas iniciativas do European Green Deal (Pacto Ecológico Europeu, em português).

Dentro dessa perspectiva, a UE definiu que considerações acerca da preservação da biodiversidade precisam estar melhor integradas às tomadas de decisão do setor privado, frisou o comissário.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta semana no Fórum de Davos que a União Europeia levará para a Conferência de Biodiversidade da ONU, em maio, uma proposta para garantir internacionalmente a proteção de 30% da áreas naturais em terra e nos mares.

Sinkevicius também falou no Fórum acerca dos desafios da implantação do Pacto Ecológico Europeu. A iniciativa da Comissão Europeia lançada ainda em 2019 elencou  50 medidas para ajudar a União Europeia a se tornar neutro em emissões de carbono até 2050.

Para ele, a Europa é pioneira ao perceber a necessidade de cuidar do capital natural e manter na cadeia de produção o valor de termos a natureza saudável. Mas, desde o lançamento do Pacto Ecológico, a boa notícia é que outros países também tomaram medidas ambiciosas, como é o caso das novas políticas que estão sendo implementadas pelo novo governo dos Estados Unidos.

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