BRASÍLIA — A thyssenkrupp e o Grupo TITAN assinaram na quarta (9/10) um contrato de engenharia (Front-End Engineering Design – FEED) para projeto de captura e armazenamento de carbono (CCS, em inglês) em uma fábrica de cimento na capital grega Atenas.
Chamado Ifestos, o projeto é um dos maiores empreendimentos de CCS da Europa e visa a produção de cimento e concreto com zero emissão.
O contrato de engenharia prevê que a thyssenkrupp projete e equipe as duas linhas de fornos da planta de cimento de Kamari com sistemas oxyfuel para captura de CO₂. Essa tecnologia permitirá a redução quase total das emissões de CO₂ da planta, que está programada para entrar em operação plena no final de 2029.
“Com a tecnologia oxyfuel que desenvolvemos, cerca de 1,9 milhão de toneladas de CO₂ podem ser capturadas anualmente somente na planta de Kamari”, afirma Cetin Nazikkol, chief Strategy Officer da thyssenkrupp Decarbon Technologies.
Segundo o executivo, o volume que será capturado corresponde a cerca de 12% de todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da indústria grega.
O gás de efeito estufa será liquefeito e transportado para um local de armazenamento permanente na região do Mediterrâneo.
O cimento é o material de construção mais importante do mundo. No entanto, sua produção responde por cerca de 7% das emissões globais de CO₂.
Com uma produção anual de cimento superior a quatro bilhões de toneladas, a thyssenkrupp enxerga que ainda há grande potencial de crescimento para as tecnologias de captura de CO₂.
De acordo com a companhia, cerca de um terço de todas as plantas de cimento no mundo já estão instalando equipamentos ou contratando serviços de descarbonização.
“O Ifestos é um projeto complexo e estamos alinhando diversos stakeholders ao longo da cadeia de valor em um ritmo acelerado. Atualmente, é o maior projeto de captura de carbono da Europa e espera-se que tenha um impacto altamente positivo no avanço de nossas metas de sustentabilidade, oferecendo cimentos verdes como materiais modernos para infraestrutura e habitação”, comenta Marcel Cobuz, presidente do Comitê Executivo do Grupo TITAN.
Captura de carbono na produção de cimento
O princípio básico da tecnologia que será implantada em Atenas é separar o CO₂ produzido em uma planta de forno dos gases de escape das fábricas de cimento e, assim, impedir que ele seja liberado na atmosfera.
Para isso, o processo de combustão utiliza oxigênio puro em vez de ar ambiente. Em seguida, é feito um tratamento para que quase 100% das emissões de CO₂ provenientes da produção de clínquer de cimento possam ser capturadas.
O gás de processo separado é então tratado para produzir CO₂ de alta pureza e pode ser utilizado como matéria-prima na indústria química ou em outras indústrias, ou alternativamente armazenado.