BRASÍLIA — Nova atualização divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quarta-feira (17/5) aponta uma probabilidade de 66% de que a temperatura global média fique mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por pelo menos um ano entre 2023 e 2027.
E há 98% de probabilidade de que pelo menos um dos próximos cinco anos, e o período de cinco anos, seja o mais quente já registrado.
Os aumentos de temperatura serão motivados pela combinação de emissões de gases de efeito estufa em alta e um padrão climático natural do El Niño em 2023.
“Espera-se que um aquecimento do El Niño se desenvolva nos próximos meses e isso se combine com a mudança climática induzida pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido”, explica Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.
“Isso terá repercussões de longo alcance para a saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente. Precisamos estar preparados”.
Normalmente, o El Niño aumenta as temperaturas globais no ano seguinte ao seu desenvolvimento, neste caso, isso significa 2024.
Essa ocorrência levou os cientistas a calcularem 98% de chance de pelo menos um dos próximos cinco anos bater o recorde de temperatura estabelecido em 2016, quando houve um El Niño excepcionalmente forte.
Outro dado relevante é o aquecimento do Ártico, que está desproporcionalmente alto. Em comparação com a média de 1991-2020, a OMM prevê que a anomalia de temperatura seja mais de três vezes maior do que a anomalia global esperada ao considerar os próximos cinco invernos prolongados do hemisfério norte.
Os padrões de chuva previstos para a média de maio a setembro de 2023-2027, em comparação com a média de 1991-2020, sugerem aumento das chuvas no Sahel, norte da Europa, Alasca e norte da Sibéria, e chuvas reduzidas para esta temporada na Amazônia e partes da Austrália.