G20

Taxação de super-ricos financiaria fundo para o clima e florestas, diz ministro

G20: taxação dos super ricos pode viabilizar um fundo para ações climáticas e combate à fome no mundo, defendeu Márcio Macêdo

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, na mesa de abertura do G20 Social, no Museu do Amanhã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, na mesa de abertura do G20 Social, no Museu do Amanhã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

RIO – O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, defendeu, nesta quinta (14/11), que a criação de um imposto global sobre os super ricos poderia  financiar um fundo para ações climáticas e combate à fome no mundo. 

“O presidente Lula está defendendo que haja a taxação dos super ricos”, disse Macêdo durante abertura do G20 Social, evento paralelo à Reunião de Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro, com a participação de movimentos sociais que reúnem cerca de 33 mil pessoas.

Apresentada pelo Brasil em fevereiro, durante uma reunião dos ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 em São Paulo, a proposta que espera implementar um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários será debatida pelos líderes mundiais do grupo nos próximos dias. 

“Apenas 1% desses bacanas controlam a riqueza do ano. 2% de taxação, isso não faz nem cócegas. É tão pouquinho”, disse Macêdo.

A taxação dos super-ricos entrou na pauta do G20 por iniciativa do Brasil e encabeçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É discutida há anos por acadêmicos e a proposta que chegou ao G20 partiu de um estudo dos economistas franceses Thomas Piketty, Gabriel Zucman e Emmanuel Saez, de 2022.

Lula tem defendido esse tipo de tributação como forma de financiar o combate à desigualdade e os efeitos das mudanças climáticas.

Florestas de pé 

A Iniciativa prevê arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano, e taxaria apenas três mil pessoas em todo o mundo, dos quais cerca de 100 estão na América Latina.

“Mas sabe o isso significa? Que poderá resolver o problema de 350 milhões de pessoas famintas no planeta Terra. Isso significa dizer que nós teremos um fundo de clima que vai ajudar a manter as florestas de pé. Sobretudo as florestas tropicais, que são as maiores do planeta. As florestas brasileiras, as florestas da Indonésia, as florestas do Congo”, disse Macêdo. 

“Isso vai ajudar a financiar projetos para manter com decência as comunidades e as sociedades que vivem dentro da floresta. Como os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos, os seringueiros. Ter projeto para as pessoas que vivem nas periferias das grandes cidades, das florestas, que precisam ter políticas públicas para poder sobreviver com dignidade e poder contribuir para um ambiente sustentável”, completou. 

Ação global contra a fome e a mudança do clima

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou a importância da articulação com os movimentos sociais para discutir os três eixos da presidência brasileira no G20, que incluem o combate à fome e à pobreza; o desenvolvimento sustentável e a transição energética; e a reforma da governança global. 

“Não poderia haver uma discussão e medidas efetivas sobre esse tema se não houvesse um diálogo com a sociedade que não acolhesse as contribuições da sociedade”, afirmou Vieira.

Ele também destacou a importância da articulação global contra à fome e à mudança do clima. 

“Da mesma forma que a fome atinge e maltrata e prejudica, sobretudo os mais pobres e vulneráveis, as mudanças climáticas da mesma forma. Essa articulação global é importantíssima”.