A Shell vai estabelecer metas para redução das emissões de carbono a partir do próximo ano e vai atrelá-las aos salários de seus executivos. As metas serão estabelecidas anualmente a partir de 2020 até 2050, anunciou nesta segunda-feira a petroleira uma política que faz parte de um esforço para tentar aumentar a transparência em torno das mudanças climáticas
“Estamos dando passos importantes para transformar nossa ambição de redução das emissões em realidade, estabelecendo metas de curto prazo. Essa ambição posiciona a empresa bem para o futuro e procura garantir que prosperemos enquanto o mundo trabalha para alcançar as metas do Acordo de Paris sobre mudança climática”, afirma o CEO da empresa, Ben van Beurden
Em setembro, a Shell já havia anunciado uma meta para manter a intensidade de emissões de metano abaixo de 0,2% até 2025. Essa meta cobre todos os ativos de petróleo e gás para os quais a Shell é a operadora. A meta para o metano – que tem um impacto maior sobre o aquecimento global do que o dióxido de carbono quando liberado na atmosfera – será medida contra uma taxa básica de vazamento da Shell, que atualmente é estimada em 0,01% a 0,8% no petróleo e gás da empresa.
No Brasil, o presidente da empresa, André Araújo, tem defendido a criação de mecanismo de créditos de carbono como solução para o país começar a trabalhar as metas de acordo de Paris movimentando a economia.
“Nós somos abertamente favoráveis ao mercado de precificação de carbono. Para muitos surge como um fato estranho uma empresa, que entre outras coisas trabalha com petróleo e gás, que é um dos grandes emissores e que o planeta fez um acordo para encontrar uma solução para isso”, disse o presidente da empresa.
Ao ratificar o Acordo de Paris, negociado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gás carbônico em 37% em relação às emissões de 2005. A data limite para isso é 2025, com indicativo de reduzir 43% das emissões até 2030.