Mercado de energia

Riscos regulatórios e de políticas públicas são principais barreiras para investimentos na transição energética

Redução das taxas de juros e dos custos de materiais deve impulsionar os investimentos em transição energética nos próximos dois anos

Vista de fileiras de painéis fotovoltaicos em usina de geração solar da Órigo Energia (Foto Divulgação)
Usina de geração solar fotovoltaica da Órigo Energia | Foto Divulgação

LYON (FR) — Os riscos regulatórios e de políticas públicas são as principais barreiras dos investidores para a transição energética, segundo 36% dos entrevistados de uma pesquisa da KPMG.

O levantamento foi realizado com 50 executivos de 11 setores no Brasil. Todos eles concordaram que os investimentos para a transição estão crescendo rapidamente.

“Mudanças em políticas podem interromper planos de investimento de longo prazo, que é o caso para produção de energia em grande escala, como a proveniente de parques de geração de energia solar e eólica, biocombustíveis, hidrogênio verde e outras, além do necessário investimento contínuo em inovação”, afirmou, em nota, a sócia-líder de ESG da KPMG para Américas, Nelmara Arbex.

ambientes regulatórios estáveis e transparentes são muito importantes para investimento em energia limpa e infraestrutura, segundo Arbex.

A pesquisa mostrou ainda que 48% dos investidores da área financeira escolhem ativos através do retorno monetário e 35% consideram o desenvolvimento tecnológico o fator mais importante.

Os investidores operacionais, por sua vez, consideram o fator mais decisivo para investimento a independência ou segurança energética (37%), o impacto social (33%), os custos da energia (33%) e a pressão das partes envolvidas (33%).

De acordo com o levantamento, a redução das taxas de juros e dos custos de materiais, além das políticas governamentais favoráveis, deve impulsionar os investimentos em transição energética nos próximos dois anos.

A eficiência energética foi apontada por 64% dos investidores pesquisados como o principal foco do investimento. Desses, 40% pretendem priorizar iniciativas de armazenamento de energia e infraestrutura de rede.

“À medida que a transição energética é acelerada, surgem oportunidades de investimento em diversos setores. Estas são impulsionadas pela necessidade de expandir a capacidade de energia renovável, melhorar a eficiência energética e de recursos e modernizar a infraestrutura relacionada à energia”, disse o sócio-líder do setor de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil e na América do Sul, Manuel Fernandes.

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