A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), assinou protocolo de intenções para a instalação do primeiro parque eólico offshore no estado. O projeto a BI Energia terá capacidade instalada de até 3,1 GW e deve ser construído em uma área de 300 km².
São previstos 52 aerogeradores com 12 MW de potência cada um. O projeto, com previsão de instalação no litoral dos municípios de São Miguel do Gostoso, Touros e Pedra Grande, no norte do estado, contará ainda com a construção de duas subestações.
De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, o Rio Grande do Norte está elaborado um atlas eólico com as medições do potencial dos ventos em terra e mar para mapear áreas capazes de atrair novos investimentos do setor.
A cerimônia de assinatura do protocolo de intenções contou com a presença do deputado federal Benes Leocádio (Republicanos/RN). O deputado é presidente da subcomissão de Fontes Renováveis de Energia e Biocombustíveis, montada dentro da Comissão de Minas e Energia (CME), da Câmara dos Deputados.
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BI Energia teve projeto indeferido no Ceará
Este é o terceiro projeto da BI Energia no Nordeste. A empresa já trabalha no licenciamento de outros dois parques eólicos offshore no Ceará. Os parques de Caucaia (600 MW) e Camocim (1,2 GW) podem ter juntos quase 200 aerogeradores.
Mas no mês passado, área técnica do Ibama negou a emissão da licença prévia de Caucaia por conta de deficiências no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pela empresa. O licenciamento será reiniciado e o próprio Ibama vê o projeto como uma oportunidade de aprendizado.
Lúcio Bonfim, sócio da BI Energia, afirmou durante a série Diálogos da Transição, realizada pela epbr, que a empresa vai trabalhar para apresentar um novo relatório ao Ibama, mais seguro e que será muito mais enriquecedor do que o primeiro. “O primeiro termo de referência não tinha tanto nível de exigência, de estudos como tem o novo termo de referência”, comentou.
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8 projetos em licenciamento
Contando com os projetos da Bi Energia no Ceará, existem no Brasil atualmente oito projetos em licenciamento no Ibama. A Neoenergia iniciou em janeiro o licenciamento de três novos projetos para a construção de eólicas offshore no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará. Juntos, somam 9 GW de capacidade instalada em 600 aerogeradores – maiores projetos em planejamento no país.
São quatro parques em cada estado, divididos igualmente: 750 MW, a partir de 50 aerogeradores, quatro plataformas com subestações, linhas de transmissão e uma subestação em terra. Consideram aerogeradores com potência nominal de 15 MW cada, 245 metros de diâmetro, 155 metros acima do nível do mar.
Mês passado, a Equinor iniciou o licenciamento no Ibama dos parques eólicos offshore Aracatu I e Aracatu II, com 4 GW, sendo 2 GW em cada um e possibilidade de ampliação para 2,33 GW. O plano é instalar o primeiro parque eólico no litoral do Rio de Janeiro e o segundo, entre os estados do Rio e do Espírito Santo.
De acordo com o projeto, os parques serão instaladas a cerca de 20 km da costa, em profundidades entre 15 e 35 metros. Serão ao todo 320 aerogeradores, 160 por parque eólico, cada um com capacidade nominal de 12 MW.
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A Eólicas do Brasil planeja instalar o complexo marítimo Asa Branca I, com 400 MW distribuídos em 50 aerogeradores, a uma distância entre 3 km e 8 km da praia, com profundidades variando entre 7 e 12 metros. Projeto desenvolvido desde o início dos anos 2000, conta com o DRO da Aneel.
A Votu Winds, uma empresa recém-criada, com sede no Rio de Janeiro, vê a possibilidade de instalação de parques com 480 MW, em três fases, totalizando 1.440 MW de capacidade instalada.
A empresa optou por uma região com intensa atividade offshore, graças aos complexos portuários, a movimentação de cargas e a atividades de exploração e produção de petróleo e gás.
Os parques da Votu Winds são pensados para a região entre os municípios de Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy, no Sul do Espírito Santo, próximos da divisa com o Rio de Janeiro
Veja os parques e as capacidades totais por empresa, considerando os projetos em desenvolvimento, sem levar em conta a situação do licenciamento:
- Neoenergia: complexos Águas Claras (RS), Maravilha (RJ) e Jangada (CE), com 9 GW;
- Equinor: parques Aracatu 1 e 2 no Rio de Janeiro, com 4 GW, podendo chegar a 4,7GW;
- BI Energia, Camocim e Caucaia-Parazinho, ambos no Ceará, com 1,5 GW;
- Vestu Winds, com os três parques no Espírito Santo e 1,4 GW;
- Eólicas do Brasil, em Asa Branca, também no Ceará, com 0,7 GW;
Correção: a potência total do parque planejado é de 3,1 GW.
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