Redução de emissões deveria ser cinco vezes mais rápida para atingir meta do Acordo de Paris

Desenvolvimento do setor eólico offshore no Reino Unido é exemplo de sucesso de parceria com setor público para financiar a economia verde, diz Alok Sharma

Iniciativa tenta organizar reivindicações climáticas com créditos de carbono. Na imagem: Floresta amazônica vista de cima
Floresta amazônica vista de cima

O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, a COP 26, Alok Sharma, afirmou que o mundo precisa reduzir emissões de carbono até 2030 a uma velocidade cinco vezes maior do que o fez nas duas primeiras décadas do século XXI para poder manter no horizonte o cumprimento das metas do Acordo de Paris.

Falando durante a edição anual do Fórum Econômico Mundial, Sharma afirmou que a década que se inicia é “absolutamente crítica” para que possamos evitar os piores cenários das mudanças climáticas, o que significa acelerar a descarbonização e aumentar a resiliência dos países.

Para ele, garantir o financiamento da transição da economia global para o modelo de emissão líquida zero está entre os grandes desafios do momento no debate sobre mudanças climáticas. Por essa razão, o debate acerca das possibilidades de financiamento para uma economia verde será um dos temas centrais da COP 26, em Glasgow, na Escócia, em novembro.

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O presidente da COP 26, que representa o governo britânico na organização da conferência, aposta que o crescimento do PIB apoiado na transição para a economia verde é absolutamente possível e deve ser baseado na parceria entre governos e o setor privado. A transição, diz ele, se apresenta como uma oportunidade importante também para o setor de investimentos.

Sharma afirma que hoje clientes e investidores já valorizam companhias que se dedicam à economia verde, com uso sustentável dos recursos naturais, redução de emissões e responsabilidade social. As capitalizações de mercado de empresas de economia verde são uma amostra desse interesse e apresentam um desempenho melhor do que empresas da economia tradicional.

Eólica offshore

A transformação no setor de eólicas offshore no Reino Unido, nos últimos anos, é um exemplo de sucesso nessa parceria entre governo e setor privado. Para atrair investidores para projetos do setor, o governo britânico implementou mecanismos de suporte para investidores, garantindo contratos com preço de exercício para a venda de energia.

“Como resultado disso, investidores puderam entrar nos projetos, sabendo que haveria um retorno e hoje o Reino Unido possui 10 gigawatts (de capacidade instalada no setor) de eólicas offshore”, diz Sharma, que foi secretário de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do governo de Boris Johnson.

Em novembro do ano passado, o governo britânico anunciou uma série de medidas focadas na transição para uma economia verde. Na área de energia, o anúncio envolvia o plano de elevar a capacidade de produção em eólicas offshore no país para 40 gigawatts nos próximos 10 anos. O volume de energia seria suficiente para suprir todas as residências do reino unido com energia renovável.

O plano anunciado também visava transformar o Reino Unido no principal centro mundial para tecnologia e finanças verdes e zerar as emissões de carbono britânicas até 2050.

“O crescimento econômico verde é absolutamente possível e nós podemos ter sucesso trabalhando juntos (com o setor privado)”, concluiu Sharma.

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