LYON (FR) — O Porto do Açu e a Repsol Sinopec Brasil (RSB) fecharam um acordo para desenvolvimento de estudos técnicos para combinação da tecnologia de captura de dióxido de carbono do ar com a conversão do gás em combustível para embarcações e aviação. As duas tecnologias já estão sendo desenvolvidas pela RSB.
O objetivo do projeto é criar um ciclo que mitigue as emissões de CO2 e também transforme a molécula em combustível renovável.
Segundo as empresas, a expectativa é que a planta piloto consiga capturar 5 mil toneladas de CO2 por ano e produzir cerca de 300 litros de combustível sustentável por dia, que será testado nas embarcações.
“Este é um marco para a indústria brasileira e global, pois representa um avanço significativo na captura de CO2 e na utilização dessa tecnologia para a produção de combustíveis”, disse, em nota, o CEO do Porto do Açu, Eugenio Figueredo.
“Nosso objetivo é acelerar a transição energética e contribuir para o alcance das metas climáticas, destacando o protagonismo da Repsol Sinopec e do Porto do Açu, através da utilização da inovação como ferramenta para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias que realmente façam a diferença”, completou.
A iniciativa foi uma das 43, dentre 76 inscrições, selecionadas em chamada pública do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para desenvolvimento e implantação de unidades de produção de combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação.
“Essa parceria representa um avanço significativo para as tecnologias que estamos desenvolvendo na Repsol Sinopec Brasil com objetivo de contribuir para a descarbonização da economia, alinhados à ambição global do Grupo Repsol de atingir emissões líquidas zero até 2050. Investir em parcerias, como essa com o Porto do Açu, é a chave para impulsionarmos uma transição energética justa”, afirmou o CEO da RSB, Alejandro Ponce.
A Repsol Sinopec Brasil já desenvolve outros projetos de soluções energéticas, como o DAC SI, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), que comissionou em 2024 uma unidade de captura direta do ar (DAC, em inglês) com potencial de capturar 300 toneladas de CO2 por ano; e o projeto CO2CHEM, com a Hytron, a Universidade de São Pulo (USP) e o Senai Cetiqt que visa o desenvolvimento de uma planta piloto de produção de combustíveis renováveis a partir da molécula.