BRASÍLIA — A Petrobras enxerga uma “oportunidade de ir além” e expandir a atividade de captura, utilização e armazenagem de carbono (CCUS) para as refinarias da companhia e transformar o CCUS em um novo modelo de negócio.
É o que avalia a gerente Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), Lilian Melo, em entrevista ao estúdio eixos nesta quinta-feira (27/6), durante o Energy Summit.
A iniciativa visa atender à crescente demanda por descarbonização em indústrias de difícil abatimento de emissões, aproveitando a expertise que a Petrobras já possui no tema.
“A gente está aprovando agora a fase dois do nosso piloto de CCUS, a fase de execução. Esse é um piloto que vai capturar o CO2 em numa unidade de processamento de gás lá em Cabiúnas (RJ) e a gente vai transportar por mais ou menos 70 km até Barra do Furado. Ali a gente vai injetar em um reservatório salino, pela primeira vez na América Latina”, explicou Melo.
A aposta no CCUS se insere no plano plurianual com 16 bilhões de dólares dedicados à agenda de transição energética. Desse montante, cerca de um terço é direcionado para a descarbonização das operações da Petrobras. A meta é intensificar a busca por emissões cada vez menores, por meio de iniciativas de pesquisa e desenvolvimento.
A Petrobras também pretende investir em pesquisas na Margem Equatorial. Para o gerente geral de Gestão e Inovação da empresa, Júlio Leite, os reservatórios das bacias lembram outros que já foram explorados no passado, sobretudo no pós-sal da Bacia de Campos e do Espírito Santo.
“Acho que o grande desafio está exatamente em reduzir essa pegada de carbono nessas novas fronteiras. E também ser economicamente atrativo”, disse Leite.