RIO — A Petrobras e a Braskem vão avaliar oportunidades de desenvolvimento conjunto de um hub de captura, uso e armazenamento geológico de CO₂ (CCUS).
As companhias farão uma análise técnico-econômica preliminar para desenvolvimento, a longo prazo, de um hub que, segundo a petroleira, capturará o CO₂ de correntes resultantes das operações da Braskem. A ideia é, em seguida, armazenar o gás de forma permanente em reservatórios depletados (esgotados) de petróleo da estatal.
O estudo faz parte de um acordo firmado entre as duas empresas para identificar novas oportunidades de cooperação tecnológica e negócios circulares e em baixo carbono.
O acordo envolve, ao todo, três linhas de atuação: o projeto de CCUS; o uso de matérias-primas renováveis para a produção de insumos petroquímicos mais sustentáveis; e o estímulo à economia circular no refino (com uso de plástico reciclado).
A parceria terá duração de três anos. Nesse período, as empresas farão testes experimentais até a escala piloto.
A Petrobras opera hoje um programa de CCUS que, em 2021, reinjetou cerca de 8,7 milhões de toneladas de CO₂ separado do gás em campos do pré-sal.
Ao reinjetar o CO₂ nos reservatórios, a empresa reduz as emissões operacionais e, ao mesmo tempo, garante maior recuperação de petróleo na produção de seus campos.
A ideia da empresa é buscar sinergias com a Braskem em oportunidades de projetos conjuntos de CCUS que visam, por exemplo, usar o CO₂ como matéria prima para produção de produtos químicos.
A Petrobras, além de acionista da Braskem, é fornecedora de matéria-prima para a petroquímica. Com o acordo, um dos projetos em avaliação será o processamento, nas operações do refino, de cargas com conteúdo renovável (oriundas de matérias-primas de origem orgânica, como óleo vegetal) para produção de insumos petroquímicos com menor pegada de carbono.
A petroleira estatal detém 36,1% do capital da Braskem e tem planos de vender a sua fatia na empresa.