R$ 500 mi para descarbonização

Petrobras e BNDES selecionam gestor de fundo de investimento dedicado a startups de baixo carbono

Geração de energia renovável, armazenamento e eletromobilidade, combustíveis sustentáveis e CCUS estão entre as áreas de interesse

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fala à imprensa, no Rio de Janeiro, em 27 de maio de 2024 (Foto Fernando Frazão/Agência Brasil)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fala à imprensa, no Rio de Janeiro, em 27 de maio de 2024 (Foto Fernando Frazão/Agência Brasil)

BRASÍLIA — Petrobras, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram, nesta quarta-feira (4/6), o edital de chamada pública para a seleção de gestor e estruturação de Fundo de Investimento em Participações (FIP), na modalidade Corporate Venture Capital (CVC).

O fundo será dedicado investimentos em participações minoritárias em startups e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) de base tecnológica que possuam soluções inovadoras nas áreas de energias renováveis e de baixo carbono no Brasil.

Geração de energia renovável, armazenamento e eletromobilidade, combustíveis sustentáveis, captura, utilização e estocagem de carbono (CCUS) e descarbonização de operações estão entre as áreas de interesse.

As startups alvo devem possuir ao menos soluções validadas e início de receitas recorrentes (de Seed a Series B).

A Petrobras planeja investir até R$ 250 milhões, limitado a 49% do fundo, o BNDES até R$ 125 milhões, limitado a 25% do fundo, e a Finep, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), R$ 60 milhões.

Além dos cotistas-âncora, o fundo tem potencial para receber aportes de outros investidores, podendo alcançar investimento total de até R$ 500 milhões, afirmam as organizações.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, aponta que o fundo está alinhado com a missão da política federal Nova Indústria Brasil, que busca impulsionar bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas.

Como vai funcionar

Segundo a Petrobras, o gestor do fundo selecionado terá independência para as decisões de investimentos, além de autoridade para agir em nome do fundo.

A expectativa é que o processo de seleção seja concluído em outubro e as operações comecem no primeiro semestre de 2026. O prazo total do FIP será de até 12 anos.

O Corporate Venture Capital (CVC) é um modelo de investimento em que empresas, geralmente de grande porte, aportam recursos em soluções emergentes, com potencial de crescimento e que atuem em atividades estratégicas.

A iniciativa é uma das ações do Acordo de Cooperação Técnica, assinado em junho de 2023, para formação da Comissão Mista BNDES-Petrobras, voltada para as áreas de óleo e gás, com focos em pesquisa científica, transição energética e descarbonização e desenvolvimento produtivo e governança.

“Acreditamos que por meio do programa de CVC será possível fomentar ideias e modelos de negócios inovadores, aproximando ainda mais a Petrobras do ecossistema de inovação e reforçando nossa liderança na transição energética justa. Ter parceiros experientes nesta construção, como BNDES e Finep, traz mais solidez para esta ação”, afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

O FIP anunciado hoje fará parte do Petrobras Innovation Ventures, um novo módulo do Conexões para Inovação, gerido pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes).

O novo módulo vai incorporar todas as atividades da Petrobras em CVC, o que inclui os investimentos no Catalyst Fund I, gerido pela Climate Investment (CI), braço de venture capital da Oil and Gas Climate Initiative (OGCI).

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