A câmara baixa do parlamento alemão, o Bundestag, aprovou na última sexta-feira (3) um projeto de lei que determina que o país abandone a geração de energia a partir do carvão até 2038. A medida é parte de um pacote que inclui ainda o repasse de mais de 50 bilhões de euros (aproximadamente US $ 56 bilhões) para compensar mineradoras, usinas termelétricas, trabalhadores e até mesmo as regiões do país que dependem ainda da geração de energia pelo carvão.
A aprovação do texto no parlamento é mais um passo para o cumprimento de metas de emissão assumidas pelo país no final do ano passado, quando a Alemanha definiu que vai cortar 55% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030 em relação aos níveis de 1990.
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A lei aprovada na última semana foi elogiada pelo ministro da Economia, Peter Altmaier, como um marco do “fim da era dos combustíveis fósseis”. Mas o sofreu críticas de ambientalistas por prever compensações financeiras para setores cujas atividades já estavam em declínio enquanto os custos de geração de energia a partir de fontes renováveis são cada vez mais competitivos no país.
No primeiro semestre de 2020, a geração por renováveis representou mais de 50% da produção de energia na Alemanha.
Para o chefe da área de proteção da natureza da representação alemã da WWF, Christoph Heinrich, “a lei não se encaixa com a realidade do mercado de energia e nem com os atuais desafios políticos climáticos”.
Investimentos de € 54 bi contra mudanças climáticas aprovados no ano passado
A nova legislação de proteção ao clima da Alemanha, aprovada no Bundestag em novembro pssado, prevê que a Alemanha também vai desativar todas as suas usinas nucleares até 2022. O pacote tornou a proteção ao clima uma obrigação legal no país e, adicionalmente, prevê investimentos de € 54 bi no combate às mudanças climáticas.
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