Internacional

Novo chefe do Banco Mundial quer foco em projetos com impacto mensurável para transporte e infraestrutura

Ajay Banga quer que o credor se concentre em projetos mais "escaláveis ​​e replicáveis" na América Latina e em outros lugares

Novo chefe do Banco Mundial quer foco em projetos com impacto mensurável para transporte e infraestrutura
Ajay Banga, presidente do Banco Mundial (Foto: Grant Ellis/World Bank)

Por David Lawder

LIMA, 13 de junho (Reuters) – O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, quer que o credor se concentre em projetos mais “escaláveis e replicáveis” na América Latina e em outros lugares para transporte e infraestrutura e digitalização de serviços governamentais e financeiros para acelerar o desenvolvimento.

Banga, em sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o cargo, disse à Reuters na segunda-feira que queria que o banco priorizasse seu trabalho e “escolhesse algumas coisas e as pressionasse muito, para que durante minha vida eu pudesse medir o impacto”.

Embora isso possa significar menos projetos em alguns países, concentrará mais recursos naqueles que prometem maiores melhorias na vida, na renda e na produtividade das pessoas.

Os funcionários do Banco desenvolveram e implementaram muitos projetos bem-sucedidos, mas muitas vezes não os padronizam e aplicam as lições aprendidas em outros países, disse Banga.

“Estou tentando mudar de coisas sob medida para coisas escaláveis e replicáveis”, disse Banga, acrescentando que a padronização pode ajudar a atrair mais capital do setor privado para o desenvolvimento, facilitando a securitização de grupos de empréstimos.

Banga foi encarregado de transformar o Banco Mundial para expandir amplamente sua capacidade de empréstimo e renovar seu modelo de negócios para combater a mudança climática, pandemias, insegurança alimentar e outras crises, além de sua missão tradicional de combate à pobreza.

Transição no transporte

Projetos que devem ser replicados em outras cidades lotadas incluem o sistema Metropolitano Bus Rapid Transit (BRT) de Lima, disse Banga depois de visitar uma linha de expansão financiada pelo Banco Mundial.

O sistema foi inaugurado em 2010 usando faixas exclusivas para ônibus e estações com plataforma elevada para reduzir para 30 minutos um trânsito congestionado de duas horas, garantindo acesso a empregos no centro da cidade para mais moradores.

O banco concedeu um empréstimo de US$ 93 milhões para uma extensão de 10 km (seis milhas) em algumas das áreas mais pobres de Lima.

Funcionários do Banco Mundial dizem que o custo total do projeto é de cerca de US$ 10 milhões por quilômetro, bem abaixo dos US$ 182 milhões por quilômetro de custo de uma linha de metrô subterrâneo que está sendo construída em Lima.

“Deveríamos construir o BRT em 20 cidades da América Latina”, disse Banga, acrescentando que apenas três projetos semelhantes foram lançados na região em 13 anos.

Outros projetos de infraestrutura que podem ser padronizados e replicados são os de abastecimento de água, saneamento, estradas, pontes, hospitais e educação, disse.

Banga também visitou uma das dezenas de escritórios gratuitos de assistência jurídica do governo, parcialmente financiados pelo Banco Mundial, voltados principalmente para mulheres.

O projeto beneficiou-se de um esforço paralelo para fornecer acesso digital ao sistema de justiça do Peru, permitindo que os mais vulneráveis tenham acesso seguro a processos e processos judiciais.

Esses esforços também podem ser padronizados e ampliados, acrescentou Banga, porque reduzem a pobreza e aumentam a inclusão dos pobres.

Mas ainda haverá espaço para acomodar diferenças entre países e projetos que atendam às suas necessidades específicas, disse ele.

(Reportagem de David Lawder; Edição de Clarence Fernandez)