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Noruega estuda armazenamento de CO2 em escala de gigatoneladas

Chamado gigaCCS, centro de pesquisa será dedicado à tecnologia de captura, transporte e armazenamento de carbono

Noruega estuda armazenamento de CO2 em escala de giga toneladas (Foto: Divulgação SINTEF Energy Research)
Equipe de pesquisadores do gigaCCS (Foto: Divulgação SINTEF Energy Research)

BRASÍLIA – O Conselho de Pesquisa da Noruega divulgou, na terça (23/4), que vai investir 180 milhões de coroas norueguesas (equivalente a cerca de R$ 84,5 milhões) na criação de um centro de pesquisa dedicado à tecnologia de captura, transporte e armazenamento de carbono (CCS) em escala.

Chamado gigaCCS, o projeto quer desenvolver tecnologias para viabilizar o armazenamento de bilhões (giga) de toneladas do gás de efeito estufa.

“A implantação de CCS em escala de gigatoneladas é vital para uma transição justa e sustentável para emissões líquidas zero,” disse a diretora de Pesquisa do SINTEF Energy Research e diretora do Norwegian CCS Research Centre (NCCS), Mona Mølnvik, que também liderará o gigaCCS.

Com um cronograma de oito anos, de 2025 a 2032, o gigaCCS dará continuidade aos trabalhos do NCCS, mirando inovação e capacitação de uma nova geração de especialistas em CCS.

A Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) estima que, até 2030, o  mundo deve capturar cerca de 400 milhões de toneladas de CO2 em usinas a carvão, no setor de óleo e gás e indústrias intensivas em energia e emissão para alinhar com as metas de neutralidade climática.

Mas o ritmo de implantação dos projetos está praticamente estagnado: a capacidade total está em aproximadamente 40 milhões de toneladas há três anos e o ganho de escala esbarra na viabilidade econômica.

Segundo o SINTEF, o gigaCCS enfrentará esse desafio desenvolvendo novas tecnologias avançadas que aumentam o valor e mitigam o risco tanto para a indústria quanto para a sociedade.

Do laboratório para a economia real

Ao todo, o centro reúne 43 parceiros de P&D e indústria, e outros de 30 parceiros associados. As contribuições da indústria correspondem a cerca de um terço de seu financiamento.

Já os parceiros de P&D noruegueses incluem a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), a Universidade de Oslo (UiO), o NORCE Norwegian Research Centre, o Institute for Energy Technology (IFE), a Universidade de Bergen (UiB) e o Norwegian Geotechnical Institute (NGI).

A colaboração pretende acelerar a tradução de inovações de laboratório em aplicações do mundo real, dando vantagem competitiva à Noruega nos mercados globais.

“Notícias promissoras estão surgindo do mundo do CCS. Pouco tempo após a concessão do centro, a Noruega assinou um memorando de entendimento sobre transporte e armazenamento de CO2 com Suécia, Dinamarca, Bélgica e Holanda. O trabalho que será realizado através do gigaCCS não poderia ser mais relevante,” conta Mølnvik.

Além da pesquisa, o gigaCCS pretende treinar pelo menos 28 candidatos a PhD e mais de 50 estudantes de mestrado e graduação.