RIO – O governo da Noruega anunciou, nesta segunda (6/11), a realização da quarta chamada pública conjunta entre Noruega e Brasil para o financiamento de pesquisas de empresas dos dois países em energia, com foco na transição energética.
Da parte da Noruega, serão investidos 30 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 13,5 milhões. O edital, que ainda não foi divulgado no Brasil, também envolverá recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil, por meio da Finep, totalizando cerca de R$ 30 milhões.
“O Brasil e a Noruega estão cooperando estreitamente em vários campos relacionados à energia, como petróleo e gás offshore, bem como energia solar e eólica (…) Também enfrentamos desafios semelhantes. Juntos, encontramos melhores soluções”, disse a vice-ministra de Petróleo e Energia da Noruega, Astrid Bergmal, durante evento promovido pelo consulado norueguês, no Rio de Janeiro.
A chamada pública será a quarta parceria do tipo realizada entre a Noruega e o Brasil, mas será a primeira vez que o tema da transição energética será contemplado de maneira exclusiva.
“O Brasil é um dos países prioritários para a Noruega na área de pesquisa e inovação do mundo”, disse à agência epbr, Torkjell Leira, conselheiro de Ciência e Tecnologia da Noruega no Brasil.
Segundo ele, a chamada vai ao encontro dos anseios da Noruega em estimular a transição energética.
“O governo da Noruega leva muito a sério a transição energética. E temos muitas semelhanças como Brasil, como uma matriz energética muito limpa, além de sermos grandes produtores e exportadores de petróleo”.
Foco na transição energética
Dos recursos destinados pela Noruega, metade será para projetos de tecnologia no setor de óleo e gás e a outra metade, para projetos relacionados à transição energética e à descarbonização da economia.
“A administração Lula tem um forte foco na descarbonização e nas energias renováveis, tal como a Noruega”, afirmou a vice-ministra.
Ela destacou a sinergia entre os países na cooperação e desenvolvimento de novas atividades, tais como eólica offshore, da captura e armazenamento de carbono, hidrogênio e mineração em águas profundas.
“Com o projeto Longship, estamos lançando o primeiro projeto CCS de código aberto em grande escala do mundo. O objetivo deste projeto não é apenas reduzir as emissões da Noruega e cumprir as nossas metas de redução de emissões, mas também demonstrar a tecnologia para que outros países a possam adotar”, disse Astrid Bergmal.
Ela também destacou o interesse do governo norueguês no hidrogênio, como uma das soluções no combate às alterações climáticas e a meta do país de alcançar 30 gigawatts em energia eólica offshore até 2040.