Meio ambiente

Noruega ajudará Brasil a captar doadores para o Fundo Amazônia

Eide e Silva concordaram com a importância de uma operacionalização rápida dos recursos para reduzir o desmatamento e promover o desenvolvimento da região

Noruega ajudará Brasil a captar doadores para o Fundo Amazônia. Na imagem: Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, recebe, em 22/3/23 em Brasília, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide para discutir parceria bilateral em clima e florestas (Foto: Ascom/MMA)
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, recebeu nesta quarta-feira (22/3), em Brasília, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide para discutir parceria bilateral em clima e florestas (Foto: Ascom/MMA)

BRASÍLIA – O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, disse nesta quarta (22/3) que o país europeu apoiará os esforços do Brasil para mobilizar recursos adicionais para o Fundo Amazônia.

Em declaração conjunta com a ministra Marina Silva (MMA), Eide elogiou as iniciativas da gestão atual para proteger a floresta e incentivou a comunidade internacional a “mobilizar todas as ferramentas e recursos disponíveis para fazer parceria” com o governo brasileiro.

“A Noruega está profundamente comprometida em permanecer como um parceiro próximo e de longo prazo do Brasil”.

Criado em 2008 durante o segundo mandato de Lula (PT) e congelado em 2019 durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) que extinguiu sua governança, o fundo foi reativado em janeiro deste ano com apoio de Noruega e Alemanha, seus doadores originais.

O instrumento conta atualmente com aportes de R$ 3,2 bilhões para combater o crime ambiental.

No documento divulgado hoje em Brasília, Eide e Silva concordaram com a importância de uma operacionalização rápida dos recursos disponíveis no Fundo Amazônia para apoiar as “necessidades críticas identificadas pelo Brasil” para reduzir o desmatamento e promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo na região.

Os ministros também afirmaram a necessidade de aumentar a cooperação, o financiamento público e privado e os investimentos “de uma ampla gama de fontes”, como incluindo pagamentos baseados em resultados e mercados de carbono, para apoiar a ambição de zerar o desmatamento.

Após cair 61% em janeiro, a área desmatada na Amazônia Legal em fevereiro foi de 322 km², de acordo com o Deter/Inpe – um aumento de 62% em relação ao mesmo período do ano passado e de 93% em relação a janeiro de 2023. A área de desmatamento registrada para o mês de fevereiro foi a maior da série histórica desde 2015.

Doações internacionais

No mês passado, os Estados Unidos oficializaram a intenção de apoio à iniciativa, durante uma visita de Lula a Joe Biden, em Washington.

O Brasil também deve contar com recursos da França e da União Europeia. Recentemente, a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, anunciou que o país estuda a possibilidade de uma contribuição bilateral.

Desde 2008, a iniciativa é responsável pela captação de recursos destinados à preservação das florestas do bioma. Os governos da Alemanha e da Noruega são os maiores doadores do fundo.