BRASÍLIA — Relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) publicado nesta terça (24/9) afirma que a meta assumida na COP28 de triplicar a capacidade global de energia renovável até 2030 está ao alcance graças à economia favorável, amplo potencial de fabricação de tecnologias e políticas fortes.
Mas alerta que a maior capacidade não significa automaticamente que mais eletricidade renovável limpará os sistemas de energia do mundo, reduzirá os custos para os consumidores e cortará o uso de combustíveis fósseis.
Divulgado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, que coincide com a Semana do Clima de Nova York, o relatório conclui que atingir totalmente as metas da COP28 para energias renováveis e eficiência cortaria as emissões globais em 10 bilhões de toneladas até 2030.
No final de 2023, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, 193 países concordaram com a declaração final definindo meta de triplicar a capacidade renovável, dobrar a eficiência energética e fazer transição para longe dos combustíveis fósseis.
Isso significa aumentar a capacidade global de energia renovável para pelo menos 11 terawatts (TW) até 2030.
Para desbloquear todos os benefícios dessa meta, a IEA aponta que será preciso um esforço concentrado para construir e modernizar 25 milhões de quilômetros de redes elétricas até 2030.
O mundo também precisaria de 1.500 gigawatts (GW) de capacidade de armazenamento de energia até 2030, dos quais 1.200 GW precisam vir do armazenamento em bateria, um aumento de 15 vezes em relação ao nível atual.
Dobrar eficiência energética
Já em relação à eficiência energética, o relatório enfatiza o potencial de reduzir os custos globais de energia em quase 10%, e as emissões em 6,5 bilhões de toneladas, além de fortalecer a segurança energética.
“No entanto, chegar lá exige que os governos ao redor do mundo façam da eficiência energética uma prioridade política muito maior e se concentrem incansavelmente em ações-chave”, diz.
Além disso, as abordagens precisam ser diferentes em cada país, considerando suas realidades.
Para os ricos, significa focar na eletrificação, dado que dobrar a eficiência exige empurrar a participação da eletricidade no consumo global para 30% até 2030.
O relatório observa que veículos elétricos e bombas de calor são significativamente mais eficientes do que suas alternativas tradicionais.
Enquanto isso, para economias emergentes, padrões de eficiência mais fortes – particularmente para equipamentos de resfriamento, como ar condicionado – são cruciais para um progresso mais rápido.
Já países mais vulneráveis, sem acesso total a formas modernas de energia, atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de acesso universal a suprimentos de cozinha limpos reduz significativamente a demanda de energia.