LYON (FR) — A eletrificação da frota e de processos industrias pode ajudar o Brasil a reduzir em 55% suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas a energia até 2050, calcula relatório da BloombergNEF.
A demanda será, principalmente, dos setores de transporte rodoviário, construção civil e indústria.
Dentro do setor de energia do Brasil, o transporte responde por 53% das emissões, seguido pela indústria com 25%, energia e potência combinadas com 11% e edifícios com 6%.
Já a ampliação da utilização de captura de carbono (CCS), hidrogênio e bioenergia podem contribuir com a redução de 27% das emissões.
A consultoria também projeta que, em 2050, mais da metade da demanda de hidrogênio virá do setor de transporte, que inclui tanto a produção de combustíveis marítimos quanto SAF (do inglês Sustainable Aviation Fuel).
A previsão é que a utilização de hidrogênio quintuplique em 25 anos e chegue a 8,3 milhões de toneladas.
“O Brasil possui uma matriz elétrica limpa, o que coloca o país em uma boa posição para descarbonizar sua economia por meio da eletrificação. No entanto, metade do uso final de energia ainda vem de combustíveis fósseis. Alguns setores difíceis de descarbonizar, como a aviação e o aço, exigem soluções diferentes”, afirma o autor principal do relatório, Vinicius Nunes.
Investimentos precisam alcançar US$ 6 tri
De acordo com o documento, para o Brasil alcançar o net zero, equilíbrio entre a quantidade de GEE emitida e removida da atmosfera, até 2050, serão necessários investimentos da ordem de US$ 6 trilhões.
A BloombergNEF afirma que a energia limpa é responsável por 38% da redução de emissões. “Priorizar a implementação de tecnologias maduras, como eólica e solar, continua sendo uma opção de política ‘sem arrependimentos’ no curto prazo, a partir de uma perspectiva econômica.”, disse a empresa em nota.