Administração pública

Maior parte da administração pública ignora medidas de sustentabilidade, aponta TCU

74% da administração pública federal ainda não adota medidas para compensar a emissão de gases de efeito estufa

Maior parte da administração pública ignora medidas de sustentabilidade, mostra TCU (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Fachada Tribunal de Contas da União (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

BRASÍLIA — Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) para avaliar práticas socioambientais das organizações públicas mostra que a grande maioria (74%) ainda não adota medidas para compensar a emissão de gases de efeito estufa.

O iESGo é o índice criado pelo TCU para analisar governança organizacional e ações de sustentabilidade social e ambiental na administração pública. O levantamento avaliou 387 organizações da administração pública federal, por meio de questionários enviados aos órgãos.

A conclusão é que as organizações ainda estão nos estágios iniciais na adoção de práticas sustentáveis, especialmente nas dimensões ambiental e social.

Esta é a primeira vez que o iESGo é aplicado. Ele substituiu o Índice Integrado de Governança e Gestão públicas (iGG) para incluir parâmetros de sustentabilidade social e ambiental. O relator do processo é o ministro Vital do Rêgo, vice-presidente do TCU.

Na análise da governança em sustentabilidade ambiental, as respostas aos questionários mostram que cerca de 60% das organizações não possui equipe ou responsável com dedicação integral para tratar do tema.

Entre os outros 40%, metade não possui apoio das lideranças nas políticas e ações voltados para a área.

O resultado foi semelhante na governança social, com aproximadamente 60% das instituições ainda em estágio inicial. O parâmetro que avalia ações de prevenção e combate ao assédio foi o que apresentou o melhor desempenho, mas ainda longe de ser a maioria: 43% implementam ações relacionadas ao tema.

Segundo o TCU, a expectativa é que, ao longo dos próximos ciclos de avaliação, esses indicadores melhorem.

“Apesar de os resultados incomodarem, é de certa forma natural que essas dimensões demonstrem relativo atraso de desenvolvimento quando comparadas às dimensões tradicionalmente avaliadas pelo TCU”, comentou o ministro Vital do Rêgo, relator do processo.

Nas dimensões relacionadas à avaliação de governança organizacional e gestão pública, houve evolução em comparação com os resultados do último levantamento. A média do iGG nas práticas de liderança, estratégia, controle, TI e segurança da informação, pessoas, contratações e orçamento foi de 52%, em 2021, para 57% em 2024. O maior avanço aconteceu na dimensão orçamentária.