Após demissão de Ricardo Salles, Joaquim Álvaro Pereira Leite foi nomeado novo ministro da pasta do Meio Ambiente (MMA) na tarde desta quarta (23).
Joaquim está no MMA desde julho de 2019 e ocupava o cargo de Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais. Ele é o responsável por tocar programas como o de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do Floresta+, e as novas concessões de Florestas Nacionais localizadas na Amazônia, anunciadas na semana passada.
Faz parte do programa, uma linha para abatimento de emissões chamada Floresta+ Carbono, tentativa do governo Bolsonaro para desenvolver um mercado voluntário de créditos de carbono baseado no manejo florestal.
É um segmento de interesse de empresas globais de energia , como bp e Shell – esta última, chegou a montar uma divisão voltada a negócios florestais na operação brasileira – as chamadas soluções baseadas na natureza.
O novo ministro tem ligação histórica com o agronegócio.
De acordo com seu currículo, Leite é formado em administração de empresas pela Universidade de Marília (Unimar) e tem um MBA pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
Joaquim Álvaro Pereira Leite atuou como produtor de café entre 1991 e 2002 e por mais de 20 anos foi conselheiro e diretor da Sociedade Rural Brasileira (SRB), até ingressar no MMA.
A SRB foi uma das entidades rurais que apoiou fortemente a nomeação de Ricardo Salles como ministro, em 2018, e que defendeu publicamente sua permanência a frente do ministério, após a divulgação da reunião ministerial em que Salles afirmou que pretendia “passar a boiada”, flexibilizando normas de proteção ambiental.
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O ex-ministro Ricardo Salles, que ocupava o cargo desde o início do mandato de Bolsonaro, em 2019, é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).
No mês passado, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, Salles foi alvo de mandados de busca e apreensão e teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados, no âmbito da Operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal (PF). O órgão apura crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários.
A suspeita é da existência de um esquema internacional de exportação ilegal de madeira. Além do agora ex-ministro, outras 17 pessoas são investigadas. Na época, o STF também determinou o afastamento de Eduardo Bim do cargo de presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
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Além dos inquéritos, Salles vinha enfrentando duras críticas de ambientalistas, empresários e até e mesmo entidades do agronegócio, pela sua gestão como chefe da pasta.
A principal crítica era a ineficácia do ministério no combate ao desmatamento ilegal, em especial na Amazônia, que nos últimos anos bateu recordes sucessivos.
Outra crítica era a respeito do enfraquecimento e perseguição a funcionários do Ibama e ICMBio, entidades responsáveis por fiscalizar e impedir atividades ilegais e destruição dos biomas brasileiros.
Só este ano, o Ibama teve redução de 4% do orçamento, com R$ 1,65 bilhão e o ICMBio, teve corte de quase 13% no seu caixa, ficando com R$ 609,1 milhões.
Com informações da Agência Brasil